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73- “O verbo é a origem de todas as reformas. “

“ A reforma pelo jornal ”, publicado originalmente em O Espelho, Rio de Janeiro, 23/10/1859. Discorre sobre a importâncias do jornal e as mudanças que ele proporcionou. O jornal é uma passo em direção à democracia. Afirma que a palavra em discursos e em livros é um monólogo e que somente no jornal vira discussão. E a discussão coloca em risco as aristocracias modernas. Por essa razão muitos tentam suprimir a liberdade de impressa ou a impressa como um todo. Sobre o Brasil diz que a impressa ainda precisa crescer muito, que sofre financeiramente e muitas vezes precisa do apoio da nobreza. Mesmo assim o autor termina o texto com otimista pelo jornal e pelas reformas.

71- “Vai, não prendas a tua primavera,”

“ Ofélia ”, publicado no Correio Mercantil, 21 out. 1859. Constrói toda poesia em cima da metáfora: o destino como um rio. Inspirado em Shakespeare, fala com Ofélia, sobre sua morte. E o poeta tenta dissuadi-la de entrar no rio. <Essa é a primeira evidencia do conhecimento de Shakespeare por Machado de Assis, nessa hora me pergunto: quando começou a lê-lo? No original em inglês ou em alguma tradução? O acesso a sua obra era fácil em 1859? Vamos acompanhar de perto essa conversa.>

70- “Talvez não me conheçam, mas é fácil; um cronista é reconhecido entre um povo de cabeças. Eu então cheiro a folhetim a duas léguas de distância.”

Crítica, Revista dos teatros publicado em 2, 9 e 16 de outubro de 1859. O primeiro texto publicado no dia 2, comenta “Luiz” de Ernesto Cibrão, e lhe tece grandes elogios, e diz que essa também foi a opinião do público. Depois fala de “Um Bernardo em dois volumes”, uma comédia de Novaes, que fez o publico rir bastante. Ainda na semana foi ver a apresentação da Sra. de Lagrange em “Lombardos”, que apesar da boa cantora não sustentou um bom público. Em digressão diz que gostaria de escrever um livro curioso chamado “Os fastos do teatro Lírico”. Também comenta que no teatro São Pedro houve a apresentação do drama “Jocelin”. E mudando de assunto anuncia o renascimento da Ópera Nacional, sob a direção do Sr. D. José Amat, diz que as leitoras podem encontrá-lo na plateia podendo ser reconhecido facilmente por cheirar a folhetim. O segundo texto publicado no dia 9, começa pedindo perdão à leitora pelas “linhas magras”, comenta rapidamente a apresentação das peças “Meu nariz, meus olhos, minh...

69- Leia ouvindo um realejo.

“Cousas Que São Maçantes”, publicado em “A Marmota”, n. 1.096, p. 4, 4 de outubro de 1859. Pode ser lida neste trabalho onde foi transcrita. Uma lista de coisas que o autor acha maçantes. São apenas catorze itens, que vai desde poeira, ser escolhido para o júri até ouvir cantores desafinados. Apesar de mais de um século passado qualquer um pode se identificar com essa lista bem ao estilo das listas modernas difundidas em redes sociais. Observação: não existe certeza absoluta se a autoria desse texto é de Machado de Assis, visto que foi assinada por “M. de A.”, na época trabalhavam na marmota além de Machado de Assis, Moreira de Azevedo, com as mesmas iniciais.

68- “(...) a arte divorciou-se do público.”

“ Idéias sobre o teatro ”, publicado originalmente em O Espelho,I, 25 de set.; II, 02 de out.; 25 de dez. de 1859. Fala sobre a situação do teatro e seus artistas no Brasil. Em resumo explica os muitos problemas que a atingem os artistas e a plateia, diz que ambas classes precisam ser educadas. Machado explica que o teatro não é apenas passatempo, pois tem uma missão moralizadora. E nesse sentido o governo não toma nenhuma atitude e limita-se ao apoio material. Também reclama que o teatro do Brasil não tem nenhum cunho local, repete estrangeirismo. O teatro precisaria representar a verdade nacional. E ainda escreve que: “(...) imitamos as frivolidades estrangeiras, e não aceitamos os seus dogmas de arte?”.

67- “Não posso dizer mais; falta-me espaço. Até domingo. “

Crítica, Revista dos teatros , publicado em 18 e 25 de setembro de 1859. No primeiro texto publicado no dia 18, Machado continua a última conversa com seus leitores, adverte que esta será mais curta, comenta as peças “Arthur ou dezesseis anos depois”, “Cabelos de minha mulher” e “Minha sobrinha e meu urso”. Faz algumas repreensões sobre a atuação dos atores e sobre alguns anacronismos da decoração: “por exemplo, Luiz XIV ou Molière, sentado em uma cadeira de Francisco I, e em um gabinete do tempo da revolução“. No fim ainda comenta a apresentação da ópera “os Mártires”. O segundo texto do dia 25, comenta as seguintes peças: “A honra de uma família.” e “Um lobo no mar faz rir”. O interessante desses textos é que eles revelam um pouco do cotidiano das pessoas que acompanhavam o teatro dessa época.

Citações escolhidas

-- "Assim, por sobre o túmulo/ Da extinta humanidade/ Salva-se um berço; o vínculo/ Da nova criação." (1863).
-- “Abre-se o ano de 63. Com ele se renovam esperanças, com ele se fortalecem desanimados. Reunida à família em torno da mesa, hoje mais galharda e profusa, festeja o ano que alvoroce, de rosto alegre e desafogado coração. 62, decrépito, enrugado, quebrantado e mal visto, rói a um canto o pão negro do desgosto que lhe atiram tantas esperanças malogradas, tantas confianças iludidas. Pobre ano de 62! (1863).
-- “Expus com franqueza e lealdade, sem exclusão do natural acanhamento, as minhas impressões; os erros que tiver cometido provarão contra a minha sagacidade literária, nunca contra o meu caráter e a minha convicção." (1863).
-- “Que importa o labor de uma longa semana? Há, para muito descanso, o domingo da imortalidade.”(1863).
--"(...)Passarinho que sendo prisioneiro/ Fugiu matreiro/ Não volta, não!" (1862)
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