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138- “Estou superior a todas essas intriguinhas...”

Crônicas do Dr. Semana (1864), publicado originalmente na Semana Ilustrada, Rio de Janeiro, em 17/01/1864, 07/02/1864, 14/02/1864, 27/03/1864, 03/04/1864, 10/04/1864, 17/04/1864, 24/04/1864, .01/05/1864, 08/05/1864, 12/05/1984, 15/05/1864, 22/05/1864, 05/06/1864, 19/06/1864 e 26/06/1864.


    No dia 17 de janeiro, escreve um texto que só pode ser entendido como uma propaganda de um remédio, até passando o local onde se pode adquirir o produto.

    No dia 7 de fevereiro, discorre sobre uma inusitada disputa envolvendo o filósofo Hermotimo, um bicho preguiça, uma coruja e Minerva.

    No dia 14 de fevereiro, explica que um comentário do jornal em outra coluna não quis ofender ninguém, foi uma brincadeira e que o jornal “Semana Ilustrada” não é contra bailes mascarados. <lendo com os olhos de 2024 esse texto me lembra discussões em redes sociais, do tipo “vocês não entenderam que o comentário foi irônico”.>

    No dia 27 de março, fala sobre o Alcazar Lírico, um novo estabelecimento no Rio de Janeiro, reclama ao delegado que o tal estabelecimento tem permissão de funcionar nas sextas-feiras da quaresma e na véspera e no dia de Ramos, enquanto os teatros brasileiros não podem abrir nesses dias.

    No dia 3 de abril, se dirige ao Sr. Conselheiro Presidente do Conservatório Dramático, dizendo que “ sei que V. Excia. não pertence à escola do realismo”. Novamente fala sobre o Alcazar Lírico do Mr. Arnaud e diz que o Sr. Conselheiro Presidente do Conservatório Dramático deve visitá-lo.

    No dia 10 de abril, mais uma vez fala sobre o Alcazar Lírico. <estou achando que trata-se de mera publicidade>. Ainda no dia 10 de abril, fala sobre um sarau literário e reclama que poderia haver mas presença feminina em tal encontro.

    No dia 17 de abril, volta a falar sobre o Alcazar Lírico. Em outro texto do mesmo dia, faz uma carta ao Imperador da China cheio de ironia sobre os imigrantes chineses no Brasil e fala também dos silvícolas.

    No dia 24 de abril, comenta notícias, como a embaixada especial para o rio da prata, e um caso de feminicídio.

    No dia 1 de maio, volta a falar sobre o Alcazar Lírico. Em outro texto do mesmo dia, entre outros assuntos elogia a peça de teatro sobre Cristóvão Colombo que está sendo representada no teatro S. Pedro.

    No dia 8 de maio, discorre sobre vários assuntos, entre eles aborda a questão de uma casa abandonada em que se discute se o proprietário tem limites no seu poder de domínio ou se deve satisfações aos vizinhos e à cidade, concluindo que sim a propriedade tem limites e o Chefe de Polícia deve averiguar o abandono da casa.

    No dia 12 de maio, também trata de diversos assuntos, destaco aqui os elogios ao maestro brasileiro Henrique Alves de Mesquista.

    No dia 15 de maio, comenta o anúncio de casamento das princesas imperiais. Ainda no dia 15, comenta um incêndio que ocorreu no dia 4 de maio na cidade.

    No dia 22 de maio, fala de possíveis mudanças no ministério e fala também sobre a mais nova peça de teatro representada no Ginásio.

    No dia 5 de junho, relata uma sessão da câmara dos deputados em que houve discussão orçamentária, dizendo que “Eu entendo que se devia por isso mesmo deixar o nome de emendas e adaptar-se o de grudadas para aqueles papelinhos que escrevem em cima da coxa.”

    No dia 19 de junho, entre outros tópicos, comenta que a “eminente atriz brasileira a Sra. D. Estela Sezefreda dos Santos” está passando dificuldades financeiras.

    No dia 26 de junho, discorre sobre várias novidades do Rio de Janeiro entre elas a seguinte : “Acha-se entre nós a rainha da cena portuguesa, Emília das Neves”.

    <O volume dos textos aumentou, mas a qualidade não, são textos de uma linha de produção, temas repetidos, anúncios, Dr. Semana perde muito da originalidade inicial, algumas frases ainda nos rementem ao brilho inicial.>


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Citações escolhidas

-- "Assim, por sobre o túmulo/ Da extinta humanidade/ Salva-se um berço; o vínculo/ Da nova criação." (1863).
-- “Abre-se o ano de 63. Com ele se renovam esperanças, com ele se fortalecem desanimados. Reunida à família em torno da mesa, hoje mais galharda e profusa, festeja o ano que alvoroce, de rosto alegre e desafogado coração. 62, decrépito, enrugado, quebrantado e mal visto, rói a um canto o pão negro do desgosto que lhe atiram tantas esperanças malogradas, tantas confianças iludidas. Pobre ano de 62! (1863).
-- “Expus com franqueza e lealdade, sem exclusão do natural acanhamento, as minhas impressões; os erros que tiver cometido provarão contra a minha sagacidade literária, nunca contra o meu caráter e a minha convicção." (1863).
-- “Que importa o labor de uma longa semana? Há, para muito descanso, o domingo da imortalidade.”(1863).
--"(...)Passarinho que sendo prisioneiro/ Fugiu matreiro/ Não volta, não!" (1862)
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