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Mostrando postagens com o rótulo prosopopeia

135- Sonho e desespero

 No Limiar , escrito em 1863, presente na primeira edição de Crisálidas, 1864 Uma daquelas poesias que se fazem entender com a leitura de seus últimos versos, pois relendo o texto após a revelação se desfaz o mistério inicial. Texto que pode indicar as tendências futuras do autor de entender o que se passa na cabeça das pessoas, com o uso de personificação dos sentimentos de esperança e desengano. Lendo agora não posso deixar de associar a Sandman de Neil Gaiman, como uma conversa entre o Sonho e a Desespero.

21- Ainda lindo?

" O pão d'açúcar ", escrito em 30 de outubro de 1855, publicado na Marmota Fluminense, n. 651, p. 3, 23 de novembro de 1855. Descrição do pão de açúcar do Rio de janeiro, compara-o com um gigante que dorme. Dá-lhe uma ação humana a de sorrir frente a tempestades, ventos e ao tempo. Mais uma faceta do romântico nacionalista.

14- “ Sou triste que a vida consiste em te amar. ”

“ Paródia ”, escrito em 5 de agosto, publicado na Marmota Fluminense, n. 611, p. 4, 14 de agosto de 1855. Várias comparações, rimas, repetições de ideias de tentativa de agradar a mulher amada. Mas o Final me surpreendeu, pode ler-se apenas os dois versos iniciais e depois pular para a estrofe final, lá o poeta nega as comparações, e se assume um triste que ama. Recomenda-se apenas esses seis versos. Como já disse não sou especialista em literatura muito menos em poesia, talvez por isso tenha me comovido, talvez apenas descobri mais um lugar comum, ou apenas ressoou em mim. E aí então deve se analisar o título: “paródia”, o iniciante escritor já está parodiando o romantismo, mas não que isso queira dizer que ele esteja diminuindo o romantismo.

12- “Com ternura(...) com afeto”

“Como te amo”, escrito em 1 ago, 1855, publicado na “Marmota Fluminense”, n. 610, p. 2, 12 de agosto de 1855.Pode ser lida neste trabalho onde foi transcrita. O poeta se compara a objetos, animais, e seus respectivos focos de paixão com a sua amada e como ele a ama. Continua a temática das suas outras poesias e nestas partes nenhuma novidade. Poderia ser a letra de uma música romântica moderna, salvo o uso de algumas palavras pouco conhecidas.

10- Recomenda-se

A lua, escrito em 27 junho de 1855, publicado 17 julho de 1855.Pode ser lida neste trabalho onde foi transcrita. Descreve a lua com palavras difíceis ,como flux, fulgura, esparge, merencória. E quando parece que vai ficar apenas na sua descrição, dá vida a lua que “parece falar amores”. E aí quando se pensava tratar-se de apenas obervações externas, o poeta entra no poema, e tudo passa a ser sobre ele e seus sentimentos, que se recupera de uma tristeza, e finalmente passa a cantar a lua na segunda pessoa, que assim próxima o consola. É mais um texto que usa a Lua, um objetos inanimados, e lhe dá ações humanas. As descrições são longas e não acrescentam muito, mas gostei muito da inversão no tema que primeiro se foca na lua para depois passar ao poeta. É o primeiro poema que começo a ver a genialidade do autor. Recomendo a sua leitura.

2-Parnasiano?

Vejamos, a próxima poesia é: - A Palmeira , publicada na Marmota Fluminense, em 16 jan. 1855, n. 540, p. 3, mas escrita em 6 de janeiro de 1855. Pode também ser vista no orignal na Hemeroteca Digital . Inicialmente pensei tratar-se de uma típica poesia parnasiana, descritiva e abusando de palavras pouco usadas. Mas se tal fosse verdade em 1855 o jovem Machado de Assis seria um dos precursores do escola no Brasil. Contudo a poesia continua e se revela indubitavelmente romântica, tendo como foco o sentimentos do autor. A palmeira inicialmente descrita torna-se confidente de seus sofrimentos de amor, sua paixão traída, seus sentimentos não correspondidos. Com certeza o jovem Joaquim teve suas desilusões amorosas, mas nos perguntamos se realmente esse poema se reporta a alguma específica, ou se não foi criado apenas para a publicação na revista Marmota, aproveitando um tema da moda.

Citações escolhidas

-- "Assim, por sobre o túmulo/ Da extinta humanidade/ Salva-se um berço; o vínculo/ Da nova criação." (1863).
-- “Abre-se o ano de 63. Com ele se renovam esperanças, com ele se fortalecem desanimados. Reunida à família em torno da mesa, hoje mais galharda e profusa, festeja o ano que alvoroce, de rosto alegre e desafogado coração. 62, decrépito, enrugado, quebrantado e mal visto, rói a um canto o pão negro do desgosto que lhe atiram tantas esperanças malogradas, tantas confianças iludidas. Pobre ano de 62! (1863).
-- “Expus com franqueza e lealdade, sem exclusão do natural acanhamento, as minhas impressões; os erros que tiver cometido provarão contra a minha sagacidade literária, nunca contra o meu caráter e a minha convicção." (1863).
-- “Que importa o labor de uma longa semana? Há, para muito descanso, o domingo da imortalidade.”(1863).
--"(...)Passarinho que sendo prisioneiro/ Fugiu matreiro/ Não volta, não!" (1862)
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