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Mostrando postagens com o rótulo poesia

135- Sonho e desespero

 No Limiar , escrito em 1863, presente na primeira edição de Crisálidas, 1864 Uma daquelas poesias que se fazem entender com a leitura de seus últimos versos, pois relendo o texto após a revelação se desfaz o mistério inicial. Texto que pode indicar as tendências futuras do autor de entender o que se passa na cabeça das pessoas, com o uso de personificação dos sentimentos de esperança e desengano. Lendo agora não posso deixar de associar a Sandman de Neil Gaiman, como uma conversa entre o Sonho e a Desespero.

134- A oração

  Fé , escrito em 1863, presente na primeira edição de Crisálidas, 1864. Abre com uma citação de Santa Teresa de Jesus que lê: “Mueveme enfin tu amor de tal manera/Que aunque no hubiera cielo yo te amara”. No poema o autor louva o poder da oração e aqueles que oram.

128- “Nem o arrulho enternecido”

“Sinhá”, publicado no dia quinze de abril de 1863 em “O futuro”, ano I, n.15, p.495. A publicação original pode ser localizado na  hemeroteca digital, posteriormente foi publicado em “Crisalidas”     No jornal em que foi originalmente publicado está a indicação de que foi escrito em 1862. Poesia de idealização da mulher amada, com controverso elogio ao barulho dos pombos.

127- Desprezado

As Ventoinhas , publicado em 01/04/1963, em “O futuro”, ano I, n.14, p.460, depois republicado no livro Crisálidas em 1864.     Texto datado, compara o comportamento de mulheres com o de ventoinhas. Talvez indício de uma corte malsucedida.

125- “Mas as pontas, essas sim.”

O casamento do Diabo , publicado na Semana Ilustrada, em 29 março de 1863.     Texto publicado anonimamente, com indicação que se trata de uma imitação de um texto alemão. É escrito com a intenção de ser uma anedota e fazer rir.     É um texto datado, talvez por isso Machado de Assis não o tenha assinado.

124- “A tua dor pede vingança e termo;”

O Acordar da Polônia, 15/03/1863, publicado em “O futuro”, ano I, n.13, pp.425-428. É possível achar o texto na hemeroteca digital .     Poesia sobre conflito entre poloneses e russos. Os poloneses lutando pela sua liberdade e independência. O poeta conta uma breve história da Polônia, explica a divisão do território polonês. Fala das guerras e de suas consequências de muitas mortes.

122- Mais uma vez o Brado

Hino Patriótico , publicado em dezoito de janeiro de 1863, na “Semana Ilustrada”, n.110, p.872.     É a terceira vez que Machado faz um hino, ver aqui e aqui .     Mais um hino que começa com um Brado, desta vez clama por uma morte honrada antes de uma vida infame e vil. Fala da luta pela liberdade, para “rejeitar o grilhão servil”.     <Hoje lendo fica patente a contradição de luta pela liberdade e ao mesmo tempo aceitação da escravidão, ou, talvez Machado estaria denunciando essa contradição nesses versos>.

118- “Não te arrepeles. Dá de mão ao pranto; /Isso que tem?”

Coração Perdido , publicado na Biblioteca Brasileira, I Lírica Nacional. RJ, 1862, pp. 53-54.     Hoje é uma prática mais rara, mas já houve um tempo em que era popular o passatempo o de criar passarinhos presos em gaiolas. A poesia tentar confortar um praticante, talvez uma criança, desse costume, que perdeu um passarinho. A poesia é cheia de rimas, como era o costume.

115- “O que a terra não deu, dar-nos-á o Senhor!”

Aspiração ,  poesia, publicada pela primeira vez em primeiro de Outubro de 1862, em “O futuro”, ano I, n.2, p.65, depois republicado na primeira edição de Crisálidas em 1864     O poeta começa falando da sua tristeza. Diz que por ser jovem, as pessoas não acreditam que ele possa estar triste. Discorre por vários versos sobre sua desilusão. Que as coisas do mundo são vãs. Conclui que só em Deus pode encontrar o que busca o que lhe falta.     O texto é muito bem escrito.

98- “Mas eis que o anjo pálido da morte”

Dois poemas desta vez: “ No Álbum da artista Ludovina Moutinho ”, publicado em “A Primavera”, em 17 março de 1861. “ Sobre a morte de Ludovina Moutinho ”, publicado no “Diário do Rio de Janeiro”, ano XLI, n.165, p.2, em poesia 17 de junho de 1861. Depois é republicado com o título “Elegia” em Crisalidas em 1864. Ambos são homenagens à atriz Ludovina Moutinho, jovem artista conhecida no teatro, que chocou o público carioca com sua morte inesperada. <Nessa época quando pessoas famosas morriam os escritores escreviam e publicavam poemas em sua homenagem, é uma bela tradição que está se perdendo.> <A palavra nova da semana é: esquife. Usado na seguinte passagem: “Se, como outrora, nas florestas virgens,/ Nos fosse dado — o esquife que te encerra(...)”. Significado: “pequena embarcação, ou ainda caixão funerário, modo de transporte de uma vida para outra”. Origem : do Longobardo skif >.

97- “Na embriaguez da cisma”

“ Lúcia ”, escrito em 1860, publicado em “Crisálidas”, em 1864. Mais uma vez retoma o tema de ter a idade de quinze anos . Narra o encontro de dois jovens de quinze anos, um deles canta, o outro observa. Compara a cantora à Desdemona, da peça Otelo de Shakespeare, e depois à Margaria do Fausto de Goethe. Ela agora já está morta, o poeta canta sua saudade. <A palavra nova da semana é: infante. Usado na seguinte passagem: “(...) Nascidos do ar, que ele respira — o infante?(...)”. Significado: “criança, filho”. Origem : do latim infans>.

96- “Uma lágrima buscares”

“Perdição”, publicado na “Semana Ilustrada”, n.1, p.7, 16 de dezembro de 1860, pode ser acessada nestes link . Foi republicado nas “Crisálidas”, em 1864, sob o novo título “ Quinze anos ” . Com algumas pequenas mudanças. O autor se dirige a uma jovem de quinze anos, se compadece com a história de sua vida. Tenta a consolar, ela que nesse momento crê que todas as alegrias de sua vida são ilusórias. O autor explica que ela está enganada, que a vida não é ilusão, que “por taes gozos não vale/ Deixar os braços de Deus!” <A palavra nova da semana é: escuma. Usado na seguinte passagem: “(...) Essas rosas de beleza/ Que se esvaem como a escuma/ Que a vaga cospe na praia (...)”. Significado: “espuma”. Origem : Do germ. skum>.

93- “Vem! Penetra no tempo das artes!”

Sem Título, publicado em “A pátria”, n. 148, p.3, 6 de julho de 1858. Pode ser lida aqui  ou na hemeroteca digital . Este texto foi redescoberto pelo pesquisador Felipe Rissato . É uma saudação aos artistas que estão iniciando. E que não se desanimem pelas dificuldades encontradas. <A palavra nova da semana é: ledo. Usado na seguinte passagem: “Toma ledo nos hombros a cruz”. Significado: “alegre, feliz, engraçado”. Origem : Do latim laetus>.

92- “A vida – como o sultão”

“Beijos”, publicado em “A Marmota Fluminense”, n. 830, p. 4, 17 de março de 1857. Pode ser lida aqui ou na hemeroteca digital Machado assina apenas com um M., talvez por isso este texto foi redescoberto pelo pesquisador Felipe Rissato . <Me lembrou um pouco de “Vou me embora para Pasárgada” de Manuel Bandeira> <A palavra nova da semana é: ditoso. Usado na seguinte passagem: “Para que eu fosse ditoso”. Significado: “Feliz, afortunado, que tem sorte”. Origem : do latim dictum>. TAGs <poema, 1857>

89- Ruptura

O grito do Ipiranga , escrito em 7 de setembro de 1856, publicado em 9 de setembro de 1856 no Jornal Correio Mercantil, página 2. Esse texto foi redescoberto pelo professor da UFSCAR Wilton Marques. Canta a glória do herói Dom Pedro I, seu grande feito de lutar pela liberdade, contra a opressão lusitana. E assim a fundação do império brasileiro.

Citações escolhidas

-- "Assim, por sobre o túmulo/ Da extinta humanidade/ Salva-se um berço; o vínculo/ Da nova criação." (1863).
-- “Abre-se o ano de 63. Com ele se renovam esperanças, com ele se fortalecem desanimados. Reunida à família em torno da mesa, hoje mais galharda e profusa, festeja o ano que alvoroce, de rosto alegre e desafogado coração. 62, decrépito, enrugado, quebrantado e mal visto, rói a um canto o pão negro do desgosto que lhe atiram tantas esperanças malogradas, tantas confianças iludidas. Pobre ano de 62! (1863).
-- “Expus com franqueza e lealdade, sem exclusão do natural acanhamento, as minhas impressões; os erros que tiver cometido provarão contra a minha sagacidade literária, nunca contra o meu caráter e a minha convicção." (1863).
-- “Que importa o labor de uma longa semana? Há, para muito descanso, o domingo da imortalidade.”(1863).
--"(...)Passarinho que sendo prisioneiro/ Fugiu matreiro/ Não volta, não!" (1862)
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