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Mostrando postagens com o rótulo 1862

118.5- O ano de 1862

    Machado de Assis em 1862 já contava com 23 anos de idade já não é mais um menino, suas responsabilidades aumentam. Talvez por isso as poesias diminuem, ou talvez simplesmente as tivesse guardando para a publicação de seu primeiro livro de poesias alguns anos mais tarde.     Continua o crítico, o cronista, até comenta direitos dos trabalhadores . E continua a acompanhar o teatro do Rio de Janeiro.     Retorna com o Dr. Semana agora com suas preleções de gramática .     E como dramaturgo estreia a engraçada peça “ Quase Ministro ”.     É um ano de continuações e de amadurecimento na sua profissão de escritor.   Desse anos recomenda-se a leitura de o “ País das Quimeras ” e da poesia “ Aspiração ”.

118- “Não te arrepeles. Dá de mão ao pranto; /Isso que tem?”

Coração Perdido , publicado na Biblioteca Brasileira, I Lírica Nacional. RJ, 1862, pp. 53-54.     Hoje é uma prática mais rara, mas já houve um tempo em que era popular o passatempo o de criar passarinhos presos em gaiolas. A poesia tentar confortar um praticante, talvez uma criança, desse costume, que perdeu um passarinho. A poesia é cheia de rimas, como era o costume.

117- Aniversário do Imperador

“O dia dous de dezembro de 1862”, publicado em 07/12/1862, na Semana Ilustrada, ano ii, n.104, p.826. É possível acessar o texto na Hemeroteca Digital .     O dia 02 de dezembro é a data do aniversário de Dom Pedro II. Machado relata as festividades, conta que naquele ano de 1862 o aniversário do imperador se passou em um dia nublado, e que as festividades se passaram normalmente, com participação do exército e da igreja. O evento também contou com a inauguração do retrato do monarca, apresentação do teatro “As leoas pobres”. Ainda houve cerimônias de promoções no exército e armada.

116- “Quanto ao alazão, ninguém deu por ele; deitou a correr até agora.”

Quase ministro , teatro encenado pela primeira vez em 22/11/1862, publicada originalmente na Semana Ilustrada, Rio de Janeiro, 1864.     Em uma nota preliminar, Machado conta que a primeira encenação se deu em um sarau de amigos com bom desempenho de atores amadores.     O texto gera interesse e suspense no leitor. Rumores apontam a indicação de um novo ministro para o governo. O político indicado conversa com amigos sobre a possibilidade de sua indicação. Logo chegam várias visitas adulatórias e petitórias ao novo quase ministro. No final chega a notícia que o rumor da indicação é falso, e as visitas saem a procura do verdadeiro novo ministro.     É bem escrito e pode enganar as expectativas do leitor.

115- “O que a terra não deu, dar-nos-á o Senhor!”

Aspiração ,  poesia, publicada pela primeira vez em primeiro de Outubro de 1862, em “O futuro”, ano I, n.2, p.65, depois republicado na primeira edição de Crisálidas em 1864     O poeta começa falando da sua tristeza. Diz que por ser jovem, as pessoas não acreditam que ele possa estar triste. Discorre por vários versos sobre sua desilusão. Que as coisas do mundo são vãs. Conclui que só em Deus pode encontrar o que busca o que lhe falta.     O texto é muito bem escrito.

114- “Vai encher a cabeça de romantismo, é moda;”

O caminho da porta / O protocolo , publicada originalmente no Teatro de Macaho de Assis v.I, Rio de Janeiro, Tipografia do Diário do RJ, 1863, encenado no Ateneu em 1862.     As peças foram encenadas em 1862 e depois publicadas em 1863, na publicação antecedem o texto do teatro duas cartas uma de Machado de Assis dirigida Quintino Bocaiúva e a carta de resposta. Na carta o jovem teatrólogo pede o conselho se é recomendável fazer publica o texto dos teatros. Quintino Bocaiúva escreve: “(...)respondendo a uma interrogação direta que me diriges, devo dizer-te que havia mais perigo em apresentá-las ao público sobre a rampa da cena do que há em oferecê-las à leitura calma e refletida. O que no teatro podia servir de obstáculo à apreciação da tua obra, favorece-a no gabinete. As tuas comédias são para serem lidas e não representadas.”     Vamos ao texto do teatro.     A primeira com o título “O CAMINHO DA PORTA”, comédia em um ato. Três homens...

113- “Tirei hoje do fundo da gaveta, onde jazia a minha pena de cronista.”

Crônicas , publicadas originalmente em O Futuro, Rio de Janeiro, textos de 15/09/1862, 30/11/1862 e 15/12/1862     No texto de 15/09/1862, conversa com sua caneta de pena, que está esquecida e cheia de teias de aranha. Ela não quer trabalhar. Ele tem que  convencê-la, elogiando-a. A caneta se convence e passa a narrar acontecimentos do parlamento; o sucesso do lançamento do livro de poemas de Thomaz Ribeiro, “D. Jaime”; o lançamento do terceiro volume da Biblioteca Brasileira, organizada por Quintino Bocaiúva. Passa então a discorrer sobre “As minas de prata” de José de Alencar, que está sendo publicado em partes e ainda não foi toda publicada. Fala ainda sobre o músico Arthur Napoleão. Sobre o teatro diz não haver novidades apenas reprises.     No texto de 30/11/1862, os parágrafos iniciais são uma conversa direta com o leitor sobre a vida do escritor. Comenta sobre um conflito de interesse entre o Brasil e o Peru, em uma questão de navios. Dá notíci...

112- CAVACO OU ADVERTÊNCIA - “Não peço elogios, porque a obra os não merece; mas peço paciência e giro.”

Crônicas do Dr. Semana , publicado originalmente na Semana Ilustrada, Rio de Janeiro.     Em 27 de julho, 10 de agosto e 28 de setembro de 1862, são publicados as PRELEÇÕES DE GRAMÁTICA do Dr. Semana, que se propõe a dar lições de gramática semanalmente, nos temas de Ortografia, Prosódia, Etimologia e Sintaxe. As lições são dadas em um tom cômico, com finalidade para fazer propaganda do periódico em que foram escritos, subvertendo as lições de gramática, por exemplo quando vai explicar o que é um “artigo” diz: “O Artigo semanal pode ser masculino, feminino, ou neutro, conforme o gosto de quem o lê. Serve para encher as colunas da Semana Ilustrada, e aumentar o número de suas páginas. Sem o Artigo, a Semana publicaria unicamente caricaturas.” A cada classe gramatical dá uma explicação e exemplo inusitado: “Adjetivo (…) Numeral é o que dá uma idéia da quantidade, ou ordem. Ex.: Afilhado de ministro;(…) Indefinido é o que modifica o nome, representando-o de uma maneira v...

110- “Os carinhos de Anfitrite”

O País das quimeras, publicado originalmente em “O Futuro”, 1862 É um dos primeiros contos de Machado de Assis e é profético do que vai vir. É sobre Tito um poeta, descrito com riqueza de detalhes o que dá vida ao personagem. Tito vende versos para se sustentar. O comprador da poesia impõe monopólio absoluto sobre a produção literária de Tito. No entanto Tito se apaixona por uma moça e começa a burlar o monopólio para dedicar poesias, sonetos e serenatas a sua amada. Mas, apesar dos esforços a moça recusa Tito, que se vê desolado. Até aí temos um típico enredo da época, boas personagens, um bom conflito que nos leva a ansiar por qual será o desfecho. Entretanto, numa virada de expectativas, Machado de Assis leva Tito a encontrar uma visão, uma fada alada, companheira “dos que pensam e dos que sentem”, que o leva a uma viagem pelo céu até o país das quimeras. Nesse lugar Tito encontra seres fantásticos que seguem regras próprias, seres que personificam fantasias e utopias, cicerone...

109- Queixa

Carta ao Sr. Bispo do Rio de Janeiro , Publicado originalmente em Jornal do Povo, Rio de Janeiro, 18/04/1862. É uma carta endereçada ao Bispo, uma queixa. Critica a situação da igreja, seu clero e suas práticas. Diz que geralmente as festas religiosas brasileiras “São festas de folga, enfeitadas e confeitadas, falando muito aos olhos e nada ao coração.” Diz ainda: “As queixas são constantes e clamorosas contra o clero; eu não faço mais que reuni-las e enunciá-las por escrito.” (…) “Desacreditada a religião, abala-se essa grande base da moral, e onde irá parar esta sociedade?”

108- Pareceres de Machado de Assis a Diversas Peças Teatrais

Pareceres de Machado de Assis a Diversas Peças Teatrais Não tenho informação completa desses textos, parece que são apenas manuscritos talvez cartas pessoais, existe apenas a informação da data em que foram escritos: 16/03/1862, 20/03/1862, 08/04/1862, 09/05/1862, 11/06/1862, 15/06/1862, 20/07/1862, 30/07/1862, 27/10/1862 e 24/11/1862. Se alguém souber o contexto em que foram escritos favor nos informar. Várias críticas de peças teatrais encenadas em 1862, Machado de Assis não poupa críticas ao teatro que não lhe agrada: Em, 16/03/1862, comenta sobre Clermont ou A mulher do artista, peça traduzida do francês,“(…) é uma dessas banalidades literárias que constituem por aí o repertório quase exclusivo dos nossos teatros” e ainda fala mais “(…) e onde nada existe do que pode constituir um drama.” Em 20/03/1862, sobre comédia Finalmente, em um ato, de Antonio Moutinho de Sousa, peça adaptada à cena nacional, Machado de Assis a aprova dizendo: “(…)  cumpre-me dirigir ao Sr. Mout...

107- “Uma boa gramática é um alto serviço a uma língua e a um país.”

Compêndio da Gramática Portuguesa, por Vergueiro e Pertence. — À memória de Pedro V, por Castilhos, Antônio e José — Memória acerca da 2ª égloga de Virgílio, por Castilho José — Mãe, drama do sr. conselheiro José de Alencar. — Desgosto pela política . Publicado originalmente no Diário do Rio de Janeiro em 22/02/1862. Resenha do “Compêndio da Gramática Portuguesa”, do srs. Vergueiro e Pertence. Machado enaltece essa obra e sua utilidade. Também dá notícia e comenta as obras recém publicadas: “Monumento” dos Srs. Castilhos, Antônio e José; “Memoŕia” também do sr. Castilho José e“Mãe” de José de Alencar.

106- Direitos trabalhistas

Ao redator dos “Ecos Marítimos ”, publicado no “Diário do Rio de Janeiro”,  em 8 de Fevereiro de 1862. Uma resposta direta a uma outra notícia sobre o então ministro da Marinha, Machado de Assis vai defender o ministro, sobre a construção de navio a vapor “Amazonas”. Discorre sobre as horas de trabalho dos construtores do navio, se é melhor trabalharem horas extras ou não. Machado de Assis acha absurdo uma jornada de trabalho de 13 horas.

105- “Bem se podia comparar o público àquela serpente”

“ Comentários da semana ”, publicado no “Diário do Rio de Janeiro”, em 07/01/1862, 14/01/1862, 26/01/1862, 02/03/1862, 24/03/1862, 01/04/1862, 05/05/1862 7 DE JANEIRO DE 1862. Faz algumas interessantes observações sobre o consumo de informações pelo público, que sempre precisa de uma novidade para devorar e satisfazer seu apetite. E assim escreve algumas linhas sobre as notícias mais espantosas da época, desde a guerra civil americana, até um possível caso de corrupção envolvendo um senador brasileiro. 14 DE JANEIRO DE 1862 Diferente da última coluna em que sobravam notícias, agora o escritor está a procura delas. Então comenta notícias da família imperial e da situação política do sul do império. E continua a notícia do caso de corrupção da semana passada. 26 DE JANEIRO DE 1862 Pede desculpas por atrasar a coluna em uma semana. E afirma que nunca em sua vida de cronista deixou passar uma semana. <Se isso for verdade então perdemos diversos texto de autoria de Machado de A...

Citações escolhidas

-- "Assim, por sobre o túmulo/ Da extinta humanidade/ Salva-se um berço; o vínculo/ Da nova criação." (1863).
-- “Abre-se o ano de 63. Com ele se renovam esperanças, com ele se fortalecem desanimados. Reunida à família em torno da mesa, hoje mais galharda e profusa, festeja o ano que alvoroce, de rosto alegre e desafogado coração. 62, decrépito, enrugado, quebrantado e mal visto, rói a um canto o pão negro do desgosto que lhe atiram tantas esperanças malogradas, tantas confianças iludidas. Pobre ano de 62! (1863).
-- “Expus com franqueza e lealdade, sem exclusão do natural acanhamento, as minhas impressões; os erros que tiver cometido provarão contra a minha sagacidade literária, nunca contra o meu caráter e a minha convicção." (1863).
-- “Que importa o labor de uma longa semana? Há, para muito descanso, o domingo da imortalidade.”(1863).
--"(...)Passarinho que sendo prisioneiro/ Fugiu matreiro/ Não volta, não!" (1862)
-- Ver todas