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Mostrando postagens com o rótulo crítica de teatro

137- Aprovando teatros

 Pareceres - Conservatório Dramático (1864) , escrito no dias 08 e 12 de janeiro de 1864.     No dia oito de janeiro fala sobre os dramas “Os espinhos de uma flor” e “O filho do erro”. Sobre o primeiro diz ser contra a sua apresentação, por “perverter os bons sentimentos e falsear as leis da moral”. Já o segundo é aprovado e aproveita para dar alguns palpites para melhorar o enredo.     No dia doze de janeiro fala sobre a comédia “Ao entrar na sociedade”, em que dá parecer pela sua aprovação, apesar de ser obra estreante, diz que o autor já mostra talento.

121- “(…) um feixe de incongruências, e nada mais.”

Pareceres de Machado de Assis a Diversas Peças Teatrais, de 12/01/1863, março de 1863, 20/06/1863 e 14/09/1863. Não tenho informação completa desses textos, parece que são apenas manuscritos, talvez cartas pessoais, em alguns textos menciona que seria uma espécie de parecer sobre a peça, em que Machado de Assis julgaria se as peças são boas ou não para serem representadas nos teatros do Rio de Janeiro:  Se alguém souber o contexto em que foram escritos favor nos informar. Em 12/01/1863, fala sobre as peças “A caixa do marido” e “A charuteira da mulher”, é uma obra de um autor desconhecido. Machado acredita que na verdade se trata de uma tradução ruim de uma peça francesa. Em março de 1863, comenta a peça “As conveniências”, diz que não a aprova e que ela não deve ser representada em nenhum teatro. Em 20/06/1863, sobre a peça “Anel de ferro”, encontra boas qualidades nela, como nos diálogos, mas ainda há muitos defeitos, como passagens confusas ou contraditórias. Em 14/09/1863, fin...

108- Pareceres de Machado de Assis a Diversas Peças Teatrais

Pareceres de Machado de Assis a Diversas Peças Teatrais Não tenho informação completa desses textos, parece que são apenas manuscritos talvez cartas pessoais, existe apenas a informação da data em que foram escritos: 16/03/1862, 20/03/1862, 08/04/1862, 09/05/1862, 11/06/1862, 15/06/1862, 20/07/1862, 30/07/1862, 27/10/1862 e 24/11/1862. Se alguém souber o contexto em que foram escritos favor nos informar. Várias críticas de peças teatrais encenadas em 1862, Machado de Assis não poupa críticas ao teatro que não lhe agrada: Em, 16/03/1862, comenta sobre Clermont ou A mulher do artista, peça traduzida do francês,“(…) é uma dessas banalidades literárias que constituem por aí o repertório quase exclusivo dos nossos teatros” e ainda fala mais “(…) e onde nada existe do que pode constituir um drama.” Em 20/03/1862, sobre comédia Finalmente, em um ato, de Antonio Moutinho de Sousa, peça adaptada à cena nacional, Machado de Assis a aprova dizendo: “(…)  cumpre-me dirigir ao Sr. Mout...

105- “Bem se podia comparar o público àquela serpente”

“ Comentários da semana ”, publicado no “Diário do Rio de Janeiro”, em 07/01/1862, 14/01/1862, 26/01/1862, 02/03/1862, 24/03/1862, 01/04/1862, 05/05/1862 7 DE JANEIRO DE 1862. Faz algumas interessantes observações sobre o consumo de informações pelo público, que sempre precisa de uma novidade para devorar e satisfazer seu apetite. E assim escreve algumas linhas sobre as notícias mais espantosas da época, desde a guerra civil americana, até um possível caso de corrupção envolvendo um senador brasileiro. 14 DE JANEIRO DE 1862 Diferente da última coluna em que sobravam notícias, agora o escritor está a procura delas. Então comenta notícias da família imperial e da situação política do sul do império. E continua a notícia do caso de corrupção da semana passada. 26 DE JANEIRO DE 1862 Pede desculpas por atrasar a coluna em uma semana. E afirma que nunca em sua vida de cronista deixou passar uma semana. <Se isso for verdade então perdemos diversos texto de autoria de Machado de A...

100- “Ó pachorra ! Tu és a Circe mais feiticeira que conheço contra quem não valem todas as advertências de duas Minervas juntas!"

“ Comentários da semana ”, publicado no “Diário do Rio de Janeiro”, em 01/11/1861, 10/11/1861, 21/11/1861, 25/11/1861, 01/12/1861, 16/12/1861, 24/12/1861, 29/12/1861. Reúno aqui os oito primeiros textos desta coluna de jornal de Machado de Assis. Até o texto de 16/12/1861 assina com o pseudônimo Gil. São comentários sobre a política do dia, sobre o que ministros, senadores e deputados tem feito. Aborda também a vida cultural do Rio de Janeiro, exposições e apresentações artísticas em geral. Também trata das festividades municipais e religiosas. E quase sempre mistura crônica com crítica de teatro. Destaco algumas passagens: – Sobre a liberdade religiosa: “Mas filosoficamente, terão razão eles ou nós, filhos da igreja cristã? Há razão para ambas as partes, e cumpre acatar os sentimentos alheios para que não desrespeitem os nossos.” – Sobre ser senador: “É tão bom ter uma cadeira no senado! A gente faz o seu testamento, e ocupa o resto do tempo em precauções higiênicas, a bem de dil...

99- “Muito e medíocre não é, nunca foi riqueza.”

“ Crítica teatral: Os Mineiros da desgraça ”, publicado originalmente na “Revista Dramática”, seção do Diário do Rio de Janeiro, 24/07/1861. Começa tecendo comentários ao estado da arte dramática do Brasil, como ainda estamos começando nesta área e como faltam incentivos. Mas apesar disso afirma: “se as obras que possuímos perdem na importância numérica, ganham muito no valor literário e moral.” E depois passa a elogiar a obra de Quintino Bocaiúva, obra que além de valor literário faz críticas e protestos contra as misérias sociais. <A palavra nova da semana é: mealheiro. Usado na seguinte passagem: “ (…)  Trabalham de acordo para encher o mealheiro comum (...)”. Significado: “cofre, quantidade de dinheiro poupado”. Origem : do Latim medialia >.

91- “(...) tinha calçado o coturno de crítico dramático, e devia a todo custo seguir a rota que eu mesmo me tinha traçado.”

“ A Crítica teatral. Dalila ”, publicado originalmente na “Revista Dramática”, seção do Diário do Rio de Janeiro, 13/04/1860. Começa por falar um pouco de sua vida e do difícil trabalho de crítico de teatro. A primeira peça que comenta é “Dalilia” de Octave Feuillet, traduzida e adaptada por Antonio de Serpa, representada no teatro das Variedades. Logo a elogia como uma das produções “mais lindas  da musa moderna”. O tema: a oposição entre o amor lascivo e o amor casto. Depois fala sobre “Espinhos e Flores” de Camilo Castello Branco. O nosso crítico tece vários elogios à Camilo, afirmando que esta peça também é uma boa produção desse literato. Tema: amor, traição, piedade e perdão.

88- “Desgraçado, vendeste tua mãe!”

“ A Crítica teatral. José de Alencar: Mãe ”, publicado originalmente na “Revista Dramática”, seção do Diário do Rio de Janeiro, 29/03/1860. Começa falando da tarefa e das dificuldades de um crítico de teatro. E comenta rapidamente que não se filia à escola realista nem a romântica. Então passa a discorrer sobre a peça “Mãe” e a elogia dizendo: “o drama é de um acabado perfeito, e foi uma agradável surpresa para os descrentes da arte nacional.” Um drama de amor e honra, com suicídio, que ainda mostra as práticas do comércio de escravos, que eram usados como bens e até hipotecados. <A palavra nova da semana é: azorrague. Usado por Machado na seguinte passagem: “Nem azorrague, nem luva de pelica; mas a censura razoável, clara e franca, feita na altura da arte e da crítica. ”. Significado: “Açoite de várias correias ou cordas”.>.

86- “Tenho o teatro que me chama.”

Crítica, Revista dos teatros , 10 de janeiro de 1860. O texto é do início do ano, período de festas, e nosso crítico teatral já explica que não há novidades no mundo teatral. E também o calor da do verão é intenso e convida ao repouso, até escrever um folhetim é esforço enorme. <Machado é exagerado compara sua tarefa de ter que escrever sobre teatro com o destino de Prometeu: “Atado a esta rocha fatal chamada folhetim, inerte, Prometeu como sou, nem tenho ao menos um coro de Oceânidas para consolar-me no infortúnio. ”> Assim comenta que se repetiu a apresentação do “Romance de um moço pobre”, alguns concertos dos irmãoes Growenstein. Ainda a peça “Pedro” de Mendes Leal Junior, peça com vocação artística e filosófica. <A palavra nova da semana é: apostar. A novidade não é na palavra mas em um de seus sentidos, não estou falando de seu sentido usual. Aqui é usado por Machado com o sentido de emprenhar-se, e é usado na seguinte passagem: “Estamos em festas e como que os teatros ...

80- O cronista dos fatos teatrais

Crítica, Revista dos teatros , 25 de dezembro de 1859.     Machado mais uma vez faz sua peregrinação pelos teatros cariocas para apontar as virtudes e vícios das produções. Primeiro assistiu “o romance de um moço pobre”, traduzido do francês, rico em fatos e personagens, a peça foi muito aplaudida na França e no Brasil repete o seu sucesso.     Depois comenta a peça “Casamento a marche-marche”, uma comédia, e o “Escravo fiel”, um drama, e ainda “ Pedro Hespanhol” e “Chins conspiradores”.     <A peça “Escravo fiel”, trata do polêmico tema da escravidão, ainda em prática no Brasil de então, o drama tem a seguinte fala: “Eu sou negro mas as minhas intenções são brancas!”, o comentário de Machado sobre isso é polêmico, merece maior estudo>.

78- “Não serei eu o Édipo moderno.”

Crítica, Revista dos teatros , 27 de novembro de 1859, 4 e 10 de dezembro de 1859 publicado em “O espelho” e 17 de dezembro de 1859.     O texto do dia 27 de novembro, começa perguntando se a leitora já viu a peça “Miguel, o Torneiro”, uma imitação do francês, que foi aqui bem desempenhada. Depois trata de “Erro e amor”, opinando por uma falta de ligação lógica entre as cenas. Ainda fala da apresentação da ópera Pipelet pela nova companhia da Ópera Nacional, iniciativa que muito lhe agradou. No final convida a leitora a ir assistir a comédia “Duas primas”, que irá comentar no próximo texto.     De fato, no dia 4 de dezembro começa tratando justamente de “Duas primas”, explica que ela se originou na obra “La comtesse du Toneau” de Scribe, comparando este autor a Calderan na poesia e Dumas no romance, essa obra se passa no tempo de Luiz XV, sobre uma aventura amorosa com traições e intrigas. Afirma que a encenação da tradução “Duas Primas” foi bem desempenha...

76- “Estamos no meio-dia do século.”

Crítica, Revista dos teatros , publicado em 5, 12, 19 de novembro de 1859.     No dia 5, começa comentando a peça “Abel e Caim” de Mendes Leal (Antonio), diz que tem algumas cenas tocantes, um bom monólogo, mas que o final é longo demais. Depois usa a história bíblica para dizer que a sociedade tem sido um Caim para os artistas. Volta para a peça e fala sobre a atuação de cada ator e atriz. Ainda dedica algumas frases para a peça “Rafael” e um concerto instrumental.     O texto do dia 12, faz severas críticas a João Caetano, diz que é ultrapassado, “composições-múmias”, que sua arte apenas causa “abalos nervosos”. Depois trata da comédia “Feio de corpo bonito n'alma” de José Romano, compara a peça ao corcunda de notre dame de V. Hugo. Ainda fala sobre “Os amores de um marinheiro”, comentando a atuação boa dos atores.     Já no dia 19, comenta o concerto de Elena Conran, tecendo grandes elogios à cantora De Lagrange, tanto o impressiona que d...

74- De serões, teatro e ópera.

Crítica, Revista dos teatros publicado em 23 e 29 de outubro de 1859. O primeiro texto do dia 23, comenta como se deu um serão artístico na sala do Lírico e os artistas que aí se apresentaram. Em especial fala sobre o talento no violino de Paulo Julien, mostrando seus conhecimentos musicais. Sobre outra apresentação faz referência sobre a obra de Verdi se pronunciando a favor da sua revolução na música. Depois, não na mesma ocasião, escreve sobre a apresentação das peças “Mulheres terríveis”, “Os ovos de ouro”, “Simão ou o velho cabo da esquadra”, “O asno sempre é asno”. No texto do dia 29, discorre sobre a chegada da atriz de Portugal a Sra. Eugênia Infanta da Câmara e se ela é ou não talentosa no palco, o autor também está na expectativa de assisti-la. Adiante fala da montagem do drama “Rafael” e diz que apesar de ter sido bem acolhido pelo público achou que pecou pelo excesso de lirismo. Ainda dala sobre a peça “Quero e não quero”, e a ópera nacional “Pipelet”música de Ferrari...

70- “Talvez não me conheçam, mas é fácil; um cronista é reconhecido entre um povo de cabeças. Eu então cheiro a folhetim a duas léguas de distância.”

Crítica, Revista dos teatros publicado em 2, 9 e 16 de outubro de 1859. O primeiro texto publicado no dia 2, comenta “Luiz” de Ernesto Cibrão, e lhe tece grandes elogios, e diz que essa também foi a opinião do público. Depois fala de “Um Bernardo em dois volumes”, uma comédia de Novaes, que fez o publico rir bastante. Ainda na semana foi ver a apresentação da Sra. de Lagrange em “Lombardos”, que apesar da boa cantora não sustentou um bom público. Em digressão diz que gostaria de escrever um livro curioso chamado “Os fastos do teatro Lírico”. Também comenta que no teatro São Pedro houve a apresentação do drama “Jocelin”. E mudando de assunto anuncia o renascimento da Ópera Nacional, sob a direção do Sr. D. José Amat, diz que as leitoras podem encontrá-lo na plateia podendo ser reconhecido facilmente por cheirar a folhetim. O segundo texto publicado no dia 9, começa pedindo perdão à leitora pelas “linhas magras”, comenta rapidamente a apresentação das peças “Meu nariz, meus olhos, minh...

67- “Não posso dizer mais; falta-me espaço. Até domingo. “

Crítica, Revista dos teatros , publicado em 18 e 25 de setembro de 1859. No primeiro texto publicado no dia 18, Machado continua a última conversa com seus leitores, adverte que esta será mais curta, comenta as peças “Arthur ou dezesseis anos depois”, “Cabelos de minha mulher” e “Minha sobrinha e meu urso”. Faz algumas repreensões sobre a atuação dos atores e sobre alguns anacronismos da decoração: “por exemplo, Luiz XIV ou Molière, sentado em uma cadeira de Francisco I, e em um gabinete do tempo da revolução“. No fim ainda comenta a apresentação da ópera “os Mártires”. O segundo texto do dia 25, comenta as seguintes peças: “A honra de uma família.” e “Um lobo no mar faz rir”. O interessante desses textos é que eles revelam um pouco do cotidiano das pessoas que acompanhavam o teatro dessa época.

63- “(...)minha amável leitora(...)”

Crítica, Revista dos teatros publicado em 11/09/1859. Com este texto começamos a ver uma nova face de Machado de Assis, aqui o autor nos fala diretamente, não é um poeta ou um narrador, é como um colega que nos conta suas novidades e últimos pensamentos. Lido fora do contexto poderia até se pensar que fossem textos de um blog. Não posso dizer com absoluta certeza, mas é a primeira vez que Machado de Assis conversa diretamente com o leitor da forma que depois o fará nas suas obras maiores, aqui ele começa com : “(...)minha amável leitora(...)” e segue contando seus pensamentos. Reflete um pouco sobre a metáfora de que a vida é um caminhar em uma ponte sobre um rio, de um lado e do outro a eternidade.  Depois começa sua crítica sobre “Asno morto” que  “é um drama em cinco atos, um prólogo e um epílogo, tirado do romance de Jules Janin, do mesmo título” e “o drama de Barrière”. Resume o teatro e o caracteriza como romântico, ele se diz pertencente à escola realista por se...

Citações escolhidas

-- "Assim, por sobre o túmulo/ Da extinta humanidade/ Salva-se um berço; o vínculo/ Da nova criação." (1863).
-- “Abre-se o ano de 63. Com ele se renovam esperanças, com ele se fortalecem desanimados. Reunida à família em torno da mesa, hoje mais galharda e profusa, festeja o ano que alvoroce, de rosto alegre e desafogado coração. 62, decrépito, enrugado, quebrantado e mal visto, rói a um canto o pão negro do desgosto que lhe atiram tantas esperanças malogradas, tantas confianças iludidas. Pobre ano de 62! (1863).
-- “Expus com franqueza e lealdade, sem exclusão do natural acanhamento, as minhas impressões; os erros que tiver cometido provarão contra a minha sagacidade literária, nunca contra o meu caráter e a minha convicção." (1863).
-- “Que importa o labor de uma longa semana? Há, para muito descanso, o domingo da imortalidade.”(1863).
--"(...)Passarinho que sendo prisioneiro/ Fugiu matreiro/ Não volta, não!" (1862)
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