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89- Ruptura

O grito do Ipiranga , escrito em 7 de setembro de 1856, publicado em 9 de setembro de 1856 no Jornal Correio Mercantil, página 2. Esse texto foi redescoberto pelo professor da UFSCAR Wilton Marques. Canta a glória do herói Dom Pedro I, seu grande feito de lutar pela liberdade, contra a opressão lusitana. E assim a fundação do império brasileiro.

31.5- O ano de 1856

A religião é talvez um aspecto pouco comentado quando se fala de Machado, neste ano algumas obras dele nos revelam um crente, uma pessoa devotada, uma admiração aos profetas bíblicos e principalmente à paixão de Cristo, lhe dedicando uns bons versos na semana santa de 1856 . Das obras desse ano destaco “ Minha Musa ” que tem os excelentes versos: “A Musa, que inspira meus cantos é livre, /Detesta os preceitos da vil opressão,”. Machado neste ano revela sua paixão pela arte dramática, pelo espetáculo tanto nas óperas como nos teatros. Gostava de assisti-las e discuti-las. Assim o jovem escritor começa participar mais ativamente do mundo artístico, conhecendo outros escritores, poetas, artistas e confraternizando com eles, sendo, nessas ocasiões, introduzido aos esfeitos do “ Cognac!... ”. Mas a poesia não domina tudo e abre espaço para a prosa em texto de crítica e reflexão sobre a poesia , o teatro e a religião . O ano de 1856 foi então um ano de grandes novidades e novas exp...

31- Um jovem triste.

“ Lágrimas ” e “ O meu viver ”, foi encontrado apenas o registro da data de divulgação desses poemas, 1856. Hoje temos dois poemas juntos, pois tratam do mesmo tema e porque não sei precisar suas datas de publicação. Provavelmente foram escritas em conjunto com o poema “ minha mãe ”. Retoma o tema de homenagem à sua mãe, e também o tema de “ saudades ” quando expressou preferir a morte à viver sem sua mãe. Em comparação estes textos são bem mais diretos. Em “lágrimas” chega a “maldizer” sua própria vida. Em “o meu viver” a vida é um martírio. Teria o autor nesse início de sua vida sofrido com depressão?

30- “(...)e se quando penetrastes naquele retiro, levastes o ceticismo no coração, trareis, no sair dele a crença e a fé, (...)”

“Idéias Vagas – Os Contemporâneos – Mont’Alverne” publicado na Marmota Fluminense, n. 768, pp. 1-2, 4 de setembro de 1856, pode ser lido neste  trabalho onde foi transcrito. O texto tem duas partes na primeira ilustrando a luta entre o bem o mal, a virtude e o vício. Fala das dificuldade de seguir o caminho do bem e das tentações do caminho do mal. Na segunda parte fala da importância dos pregadores da fé como o frei franciscano Francisco de Monte Alverne, célebre orador daquele período. O título deixa uma promessa não cumprida, seria uma série de texto sobre alguns “contemporâneos”, mas que acabou sendo um texto único.

29- Um órfão

MINHA MÃE , publicado na Marmota Fluminense, n.º 767, 2 set. 1856. A mãe de Machado de Assis morreu quando ele tina apenas nove anos. O texto retrata a tristeza que isso lhe causou o sofrimento, a falta. É uma bonita homenagem. Afirma que trocaria a glória de ser um poeta famoso para tê-la de volta.

28- O Teatro

“Idéias Vagas – A Comédia Moderna” publicado na Marmota Fluminense, n. 753, pp. 1-2, 31 de julho de 1856, pode ser lido neste  trabalho onde foi transcrito. Elogia o teatro como medida para saber o grau de civilização de um povo. Explica que o teatro mostra todas as faces da sociedade: as mais virtuosas e as mais viciosas. E ressalta as lições de moral que se pode ter no teatro. É um texto bem exaltado de quem é claramente um amante do teatro. Mas reclama do fato da comédia moderna não ser tão bem apreciada no Brasil. Novamente finaliza com uma desculpa por suas ideias estarem um pouco “vagas” e justifica isso por estar com pressa. Há aqui um indício do interesse do nosso jovem autor de futuramente retratar ele também os vícios da sociedade como ele os via retratados no teatro.

27- “(...)vigílias e meditações(...) ”

“Idéias Vagas – A Poesia”, publicado na Marmota Fluminense, n. 731, pp. 2-3, 10 de junho de 1856, pode ser lido neste  trabalho onde foi transcrito. É o primeiro texto que Machado de Assis publica em prosa. É um comentário sobre a poesia em geral. Mas apesar de ser escrito em prosa tem um linguagem poética, cheio de metáforas sobre o que é a poesia. Depois trata da sua origem na Grécia. Explica que escrever uma poesia é tarefa que toma bastante tempo, “(...)vigílias e meditações(...) ”. Cita os trágicos fins de Homero e Camões para falar que a poesia e seus poetas não são valorizados. Finaliza de forma humilde, pedindo perdão pela fraca linguagem de um jovem que está iniciando seus caminhos de escritor.

26- Dom Quixote é intragável?

" COGNAC!... ", publicado na Marmota Fluminense, n. 707, p. 4, 12 abr. 1856. Elogio ao efeitos desinibidores da bebida. Diz que com a bebida o Dom quixote é passatempo amável. Não tem rimas. Teria ele escrito esse poema sobre a influência da bebida, pois arremata na última estrofe que é fácil fazer poemas sob a influência da bebida. Um trago um verso, um copo um canto, todo o fraco um poema. Ou mais uma vez estaria imitando outros? É engraçado de ler sabendo que foi escrita por Machado de Assis, não por suas qualidades, mas por não esperarmos que ele tenha escrito sobre esse tema.

25- “E o mundo remiu-se!”

“ Consummatum est! ”, publicado na Marmota Fluminense, n. 698, p. 1, 22 de março de 1856 O texto escrito na semana santa de 1856, tem como tema a paixão de Cristo. Tem três partes, na primeira o poeta pede que oremos pela data e os acontecimentos que se passaram nela. Na segunda está a oração em si. Na terceira e última estrofe renova sua fé e o pedido de que todos orem.

24- Ópera

“ à Madame Arsène Charton Demeur ”, publicado no Diário do Rio de Janeiro, 7 fev. 1856, apud Jean-Michel Massa, A Juventude de Machado de Assis, p. 642. Poema de homenagem à Arsèsene Charton Demeur. O poeta se coloca aos pés da homenageada. Pede que não vá embora. E já antecipa a saudade que irá ter da voz da artista.

23- “A Musa, que inspira meus cantos é livre, /Detesta os preceitos da vil opressão,”

“ Minha Musa ”, escrito em 22 de fevereiro  de 1856, publicado na Marmota Fluminense, n.º 690, 4 mar. 1856. Minha Musa, é um poema que resume as várias inclinações do poeta: de cantar seus amores, seus sofrimentos, sua crença, seu patriotismo e a liberdade, enfim todas as fases do romantismo brasileiro. O poeta agradece sua musa por lhe inspirar a cantar sobre esses temas. Qual poeta não cantou sua musa? Certamente Machado de Assis não ficaria de fora.

Citações escolhidas

-- "Assim, por sobre o túmulo/ Da extinta humanidade/ Salva-se um berço; o vínculo/ Da nova criação." (1863).
-- “Abre-se o ano de 63. Com ele se renovam esperanças, com ele se fortalecem desanimados. Reunida à família em torno da mesa, hoje mais galharda e profusa, festeja o ano que alvoroce, de rosto alegre e desafogado coração. 62, decrépito, enrugado, quebrantado e mal visto, rói a um canto o pão negro do desgosto que lhe atiram tantas esperanças malogradas, tantas confianças iludidas. Pobre ano de 62! (1863).
-- “Expus com franqueza e lealdade, sem exclusão do natural acanhamento, as minhas impressões; os erros que tiver cometido provarão contra a minha sagacidade literária, nunca contra o meu caráter e a minha convicção." (1863).
-- “Que importa o labor de uma longa semana? Há, para muito descanso, o domingo da imortalidade.”(1863).
--"(...)Passarinho que sendo prisioneiro/ Fugiu matreiro/ Não volta, não!" (1862)
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