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1- Quem é a ilustríssima senhora D.P.J.A. (Petronilha)?

Conforme uma rápida pesquisa na internet pode revelar a primeira publicação conhecida de Machado de Assis é “À ILMA. SRA. D.P.J.A” de 1854, que pode ser lido hoje na coleção Poesias Dispersas ou até vizualizada em impressionantes digitalizações da Hemeroteca Digital Brasileira do periódico dos pobres, Número 103, página 4 do dia 3 de outubro de 1854.
Da leitura rápida do soneto, a questão que fica é: quem é a SRA. D.P.J.A.?
Na minha rápida pesquisa não encontrei resposta.
O poema informa que se trata de uma senhora virtuosa e graciosa, que tem muitas qualidades, que é casada(ou ainda noiva) que tem mãe ainda viva e por fim é por ele chamada de Petronilha.
O autor da poesia contava com 15 anos de idade.
Então para quem o jovem Joaquim dedicaria essa poesia, e mais do que isso, para quem se disporia a publicá-la para que todos vissem, e principalmente para que a elogiada pudesse ver a prova de sua declaração?
Poderia ser uma paixão adolescente? Ou seria para uma tia ou parente que por amizade mereceu uma homenagem? Ou seria para alguém que ele nunca conheceu pessoalmente, porém muito admirava?

Acho interessante ler os primeiros textos de um autor. Neste caso não consigo ver evidência de que o autor se tornará um escritor consagrado.
É um soneto simples, com rimas intercaladas e versos metrificados. Não há uso de figuras de linguagem complexos. Assim, lido fora do seu contexto, sem sabermos quem é a homenageada, não podemos nem interpretar um sentido secreto ou uma ironia disfarçada.
Não recomendo sua leitura a não ser como mera curiosidade.

Mas eu queria encontrar um sentido secreto, será que não há algum indício de genialidade? Seriam como os primeiros versos de Bentinho para Capitu? Ou teriam a ironia pós-mortem de um Brás Cubas?
Ou será que as inicias D.P.J.A. tem algum significado outro do que as inicias de um nome como Deolinda Paula Jorge Alvim.
Eu poderia inventar uma teoria da conspiração apenas com esse soneto, no estilo do “Pêndulo de Foucault” de Umberto Eco.
Assim o texto poderia conter um segredo templário passado aos maçons a quem o jovem Machado tivesse sido depositário em alguma reunião secreta. Poderia ser o segredo da descendência secreta de um herói brasileiro como Tiradentes, que secretamente fugiu da forca e que nos bastidores continuou conspirando para a independência do Brasil. Poderia ser um código cifrado...D.P.J.A.:Divina Proteção Jesuítica …

Não.
Só falta falar de alienígenas do passado.
Não.

Tenho certeza de que há uma explicação simples para tudo, que minha pouca pesquisa não revelou.

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Citações escolhidas

-- "Assim, por sobre o túmulo/ Da extinta humanidade/ Salva-se um berço; o vínculo/ Da nova criação." (1863).
-- “Abre-se o ano de 63. Com ele se renovam esperanças, com ele se fortalecem desanimados. Reunida à família em torno da mesa, hoje mais galharda e profusa, festeja o ano que alvoroce, de rosto alegre e desafogado coração. 62, decrépito, enrugado, quebrantado e mal visto, rói a um canto o pão negro do desgosto que lhe atiram tantas esperanças malogradas, tantas confianças iludidas. Pobre ano de 62! (1863).
-- “Expus com franqueza e lealdade, sem exclusão do natural acanhamento, as minhas impressões; os erros que tiver cometido provarão contra a minha sagacidade literária, nunca contra o meu caráter e a minha convicção." (1863).
-- “Que importa o labor de uma longa semana? Há, para muito descanso, o domingo da imortalidade.”(1863).
--"(...)Passarinho que sendo prisioneiro/ Fugiu matreiro/ Não volta, não!" (1862)
-- Ver todas