Antes de começar uma breve introdução.
De todos os escritores brasileiros suponho que o mais estudado e analisado tenha sido Machado de Assis, assim qualquer tentativa de biografia e análise está fadada a ser uma repetição.
Em busca de um pouco de novidade decidi que estes textos focarão mais nas obras do que nos fatos, deixarei as obras contarem a vida do poeta. Se quiserem os fatos podem achá-los nas enciclopédias.
Vou falar da vida de Machado de Assis interpretando sua obra, o que tem a vantagem de ser diferente mais a desvantagem de poder ser totalmente fictício.
Assim estou lendo toda a sua obra, que está acessível, em ordem cronológica e ao final de cada ano de textos farei uma análise do ano, imaginando como estaria a vida do autor.
A primeira obra pública de Machado de Assis é de 1854, mas por ser a única desse ano decidi já emendar com o ano de 1855.
Vamos começar.
É possível imaginar como o poeta era jovem ao ler algumas dessas poesias de 1855. Aliás se estiver esperando pela análise de alguns dos romances mais famosos vai ter que esperar um pouco, pois Machado estreia como poeta.
Agora aí vai um desafio, caro leitor, lendo esse ano sem nada saber do autor, que ele fosse um joaquim qualquer, conseguiria você supor todo sua história de superação, autodidatismo, origem social e econômica? Respondo com categórico não! Se quiser conhecer essa história vá para outro lugar, ou espere até que a transformem em um filme...
A obra de Machado de Assis não começa como a obra de um revolucionário, de um iconoclasta, de um subversivo, ou de um excluído. Ela começa como obra de sua época, de um jovem que achou no estilo de então um respaldo aos seus próprios anseios e aspirações.
Lendo seus texto inicias percebemos um jovem culto, um estudioso, que dominava a norma culta da língua.
E quais eram suas preocupações de então?
Em primeiro lugar a literatura, com sua história, seus estilos, e sua realização. Estudou os detalhes da arquitetura da poesia, as rimas, a numeração de sílabas e a disposição das estrofes. Conhecia já os clássicos da literatura e já desvendava a língua francesa.
Em segundo lugar o amor, a paixão, tanto pelas mulheres, quanto por ideais.
Outra evidência interessante que podemos destacar desse ano é o uso quase permanente de dedicatórias, homenageando um poeta famoso, um colega de profissão ou algum amigo. Assim, Machado não era poeta tímido, queria que todos vissem seus escritos que as comentassem e aproveitassem. Também nunca se utiliza do completo anonimato, queria que seus conhecidos soubessem que era ele que escrevia.
Desse período destaco três poesias para os leitores modernos: “A Lua”, “Dormir no campo” e "Paródia".
Em suma é isso, quem quiser detalhes das diferentes obras desse período pode ler os comentários abaixo.
Quando acabar de analisar mais algumas obras voltarei para discutir os novos interesses do jovem Joaquim no ano de 1856.
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