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41- Desejo de ver X Saudade de ver.

“Os Cegos”, começou a ser publicado em 12 de fevereiro de 1858 em “A Marmota”, n. 925 (p. 3), 931 (pp. 1-2), 932 (pp. 2-3), 933 (pp. 1-2), 934 (pp. 2-3), 935 (p. 2)e 937 (pp. 2-3); 12 de fevereiro de 1858, 5, 9, 12, 16, 19 e 26 de março de 1858.

São vários pequenos textos. Foram transcritos neste trabalho.
A série de texto é iniciada por Paula Brito, redator da “A Marmota”, ele quer comparar os sentimentos entre quem tem cegueira desde o nascimento daquele que a adquiriu em vida, e qual delas seria mais penosa. E nesse texto pede composições aos leitores sobre esse ponto.
Em seguida é publicada a opinião de Jq.Sr., que logo coloca a discussão em termos mais gerais e compara ela à disputa entre os sentimentos de desejo e saudade, um que deseja o que nunca teve, e outro que quer o que tinha. Finalmente diz que a saudade da visão é mais penosa.
Machado de Assis prontamente oferece sua opinião, que é oposta a de Jq.Sr.
Seguem-se réplicas, tréplicas, ainda outra reposta e uma última opinião de Machado de Assis.
A argumentação de ambas as partes me pareceu rasa, preferindo os autores a caprichar em elaboradas e irônicas ofensas do que desenvolver o tema e assim a questão se torna muito vaga e subjetiva.
Apenas um cego de nascença que por algum acontecimento ganhe a visão e depois de um tempo a perde novamente, ou seja, um cego que vivenciou tanto a cegueira por nascença quanto a cegueira adquirida poderia dar uma opinião justa. E ainda assim a resposta pode variar já que para se medir a felicidade ou sofrimento de alguém há outras variáveis além da qualidade de sua visão.

Comentários

Citações escolhidas

-- "Assim, por sobre o túmulo/ Da extinta humanidade/ Salva-se um berço; o vínculo/ Da nova criação." (1863).
-- “Abre-se o ano de 63. Com ele se renovam esperanças, com ele se fortalecem desanimados. Reunida à família em torno da mesa, hoje mais galharda e profusa, festeja o ano que alvoroce, de rosto alegre e desafogado coração. 62, decrépito, enrugado, quebrantado e mal visto, rói a um canto o pão negro do desgosto que lhe atiram tantas esperanças malogradas, tantas confianças iludidas. Pobre ano de 62! (1863).
-- “Expus com franqueza e lealdade, sem exclusão do natural acanhamento, as minhas impressões; os erros que tiver cometido provarão contra a minha sagacidade literária, nunca contra o meu caráter e a minha convicção." (1863).
-- “Que importa o labor de uma longa semana? Há, para muito descanso, o domingo da imortalidade.”(1863).
--"(...)Passarinho que sendo prisioneiro/ Fugiu matreiro/ Não volta, não!" (1862)
-- Ver todas