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50- Um hino

O progresso”, publicado no “Correio Mercantil”, 30 nov. 1858.

Lendo pela primeira vez pensei ser um comentário em versos ao atual Hino Nacional Brasileiro, acompanhem meu raciocínio: os versos de Machado de Assis várias vezes falam de uma voz que chama a mocidade para o progresso. No atual hino nacional também temos uma voz proclamando a independência nas margens do Ipiranga. A de Machado contém as expressão: “berço gentil”, que no Hino oficial é “berço esplêndido”.
Mas depois caí em mim e lembrei que Machado de Assis existiu em um tempo em que o Brasil ainda não era Brasil que ainda estava se inventando, nem havia futebol...
De fato apesar dessas semelhanças e da música do Hino Nacional já existir a Letra que conhecemos só veio depois da proclamação da república. Sem falar do tema do progresso, que já constava nos ideais positivistas mas que só entrou na nossa bandeira nacional também durante a república.
Além do que, quanto à mensagem as composições são bem diferentes, enquanto na de Machado de Assis há uma voz que nos acorda de um “berço gentil” para o progresso, no Hino Nacional o grito do Ipiranga parece ser uma canção de ninar para nos embargar “eternamente em berço esplêndido”.

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Citações escolhidas

-- "Assim, por sobre o túmulo/ Da extinta humanidade/ Salva-se um berço; o vínculo/ Da nova criação." (1863).
-- “Abre-se o ano de 63. Com ele se renovam esperanças, com ele se fortalecem desanimados. Reunida à família em torno da mesa, hoje mais galharda e profusa, festeja o ano que alvoroce, de rosto alegre e desafogado coração. 62, decrépito, enrugado, quebrantado e mal visto, rói a um canto o pão negro do desgosto que lhe atiram tantas esperanças malogradas, tantas confianças iludidas. Pobre ano de 62! (1863).
-- “Expus com franqueza e lealdade, sem exclusão do natural acanhamento, as minhas impressões; os erros que tiver cometido provarão contra a minha sagacidade literária, nunca contra o meu caráter e a minha convicção." (1863).
-- “Que importa o labor de uma longa semana? Há, para muito descanso, o domingo da imortalidade.”(1863).
--"(...)Passarinho que sendo prisioneiro/ Fugiu matreiro/ Não volta, não!" (1862)
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