Pular para o conteúdo principal

85.5- O ano de 1859

O ano de 1859 mostra-se um período de transição há ainda muita poesia, mas a prosa se mostra tão frequente quanto.
Inicia-se uma nova carreira a de crítico de teatro. Ele já havia revelado seu interesse pela arte dramática em poesias, mas é em 1859 que estreia na tarefa de analisar as peças apresentadas ao público carioca. O jovem Machado de Assis se torna uma presença constante nas plateias dos diversos teatros da cidade. Com estes textos começa a sua conversa direta com os leitores e nos apresenta indiretamente um pouco do cotidiano das pessoas que iam ao teatro. O autor conhece, quase sempre de antemão, as peças apresentadas, os diretores, os atores e atrizes. É um crítico direto não fazendo uso de hipérboles ou eufemismos, quando gosta elogia e quando não lhe agrada aponta os erros.
<É incrível imaginar hoje ir ao teatro toda semana, ou mais de uma vez por semana, quando muito vamos ao teatro apenas uma vez por ano. Machado vai ao teatro como nós vamos ao cinema. De fato, se Machado fizesse críticas aos filmes atuais seria daquelas bens detalhistas, que não aceitaria qualquer erro de enredo.>
Machado nos surpreende fazendo críticas ao romantismo como na seguinte frase “então sufocado na poeira do romantismo,” todavia ele mesmo estava longe de superar o romantismo nos seus escritos. Explica que quer uma arte engajada preocupada com os problemas sociais.
Sua poesia neste ano é de um lado política, homenageando os ideais de liberdade e igualdade, e de outro lado continua seu tema mais recorrente do amor e traição destacando-se o poema “Nunca Mais”  e "Ícaro" . Destaca-se ainda o primeiro texto que faz uma intertextualidade com Shakespeare.

Comentários

Citações escolhidas

-- "Assim, por sobre o túmulo/ Da extinta humanidade/ Salva-se um berço; o vínculo/ Da nova criação." (1863).
-- “Abre-se o ano de 63. Com ele se renovam esperanças, com ele se fortalecem desanimados. Reunida à família em torno da mesa, hoje mais galharda e profusa, festeja o ano que alvoroce, de rosto alegre e desafogado coração. 62, decrépito, enrugado, quebrantado e mal visto, rói a um canto o pão negro do desgosto que lhe atiram tantas esperanças malogradas, tantas confianças iludidas. Pobre ano de 62! (1863).
-- “Expus com franqueza e lealdade, sem exclusão do natural acanhamento, as minhas impressões; os erros que tiver cometido provarão contra a minha sagacidade literária, nunca contra o meu caráter e a minha convicção." (1863).
-- “Que importa o labor de uma longa semana? Há, para muito descanso, o domingo da imortalidade.”(1863).
--"(...)Passarinho que sendo prisioneiro/ Fugiu matreiro/ Não volta, não!" (1862)
-- Ver todas