112- CAVACO OU ADVERTÊNCIA - “Não peço elogios, porque a obra os não merece; mas peço paciência e giro.”
Crônicas do Dr. Semana, publicado originalmente na Semana Ilustrada, Rio de Janeiro.
Em 27 de julho, 10 de agosto e 28 de setembro de 1862, são publicados as PRELEÇÕES DE GRAMÁTICA do Dr. Semana, que se propõe a dar lições de gramática semanalmente, nos temas de Ortografia, Prosódia, Etimologia e Sintaxe. As lições são dadas em um tom cômico, com finalidade para fazer propaganda do periódico em que foram escritos, subvertendo as lições de gramática, por exemplo quando vai explicar o que é um “artigo” diz: “O Artigo semanal pode ser masculino, feminino, ou neutro, conforme o gosto de quem o lê. Serve para encher as colunas da Semana Ilustrada, e aumentar o número de suas páginas. Sem o Artigo, a Semana publicaria unicamente caricaturas.” A cada classe gramatical dá uma explicação e exemplo inusitado: “Adjetivo (…) Numeral é o que dá uma idéia da quantidade, ou ordem. Ex.: Afilhado de ministro;(…) Indefinido é o que modifica o nome, representando-o de uma maneira vaga. Ex.: Liberal; Conservador”. Outro exemplo, ainda atual: “Senado em lugar de Casa com escritos para alugar.” Ou outro exemplos apenas engraçados: “Quem são os maiores inimigos dos empregados públicos? Os seus colegas de repartição.”
Em certas passagem revela a mentalidade da época como em: “(…) estamos em um país constitucional, em que a vontade do cidadão é livre e a da cidadã depende da do marido, do pai, ou do irmão.” e “Quem não dá cabo dos capoeiras? A Polícia.”
Em 28 de setembro de 1862, assina outro texto chamado “Passeio Público”, endereçado ao Ilmo. Sr F.I.Alho. Este texto é escrito num tom sério, sobre a reforma do Passeio Público e desvio de dinheiro público.
Em 07/12/1862, na Semana Ilustrada, ano ii, n.104, p.828, publica outro texto: “Carrapatos Políticos”. É um texto jocoso, sobre insetos, e em particular sobre carrapatos. Depois compara o inseto com alguns tipos sociais, como o carrapato de salão, de salas de jogos, e outros. E no final inclui a si próprio nos tipos de carrapatos sociais, “quando se vê apertado e não tem matéria para encher as suas quatro páginas de texto.”
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