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113- “Tirei hoje do fundo da gaveta, onde jazia a minha pena de cronista.”

Crônicas, publicadas originalmente em O Futuro, Rio de Janeiro, textos de 15/09/1862, 30/11/1862 e 15/12/1862

    No texto de 15/09/1862, conversa com sua caneta de pena, que está esquecida e cheia de teias de aranha. Ela não quer trabalhar. Ele tem que  convencê-la, elogiando-a. A caneta se convence e passa a narrar acontecimentos do parlamento; o sucesso do lançamento do livro de poemas de Thomaz Ribeiro, “D. Jaime”; o lançamento do terceiro volume da Biblioteca Brasileira, organizada por Quintino Bocaiúva. Passa então a discorrer sobre “As minas de prata” de José de Alencar, que está sendo publicado em partes e ainda não foi toda publicada. Fala ainda sobre o músico Arthur Napoleão. Sobre o teatro diz não haver novidades apenas reprises.

    No texto de 30/11/1862, os parágrafos iniciais são uma conversa direta com o leitor sobre a vida do escritor. Comenta sobre um conflito de interesse entre o Brasil e o Peru, em uma questão de navios. Dá notícia sobre a exumação do corpo de Estácio de Sá, fundador do Rio de Janeiro. Depois trata do estado do Teatro no Brasil, como ele é esquecido pelo governo.

    No texto de 15/12/1862, relata alguns acontecimentos que se passam na assembleia legislativa, sobre a falta de discussão sobre o orçamento público. Depois tece elogios ao livro de contos “Contos do Serão” de Leandro de Castilhos. Volta ao teatro para falar das peças “As leoas pobres”, de Emile Augier, e a “Herança do Chanceler”, do Sr. Mendes Leal. No final anuncia a estreia de “O Protocolo” de Machado de Assis, uma comédia, que por ser do próprio autor da coluna deixa de comentá-la, apenas dizendo que foi bem representada pelos atores do Ateneu. <Essa obra será comentada nas próximas postagens>.

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Citações escolhidas

-- "Assim, por sobre o túmulo/ Da extinta humanidade/ Salva-se um berço; o vínculo/ Da nova criação." (1863).
-- “Abre-se o ano de 63. Com ele se renovam esperanças, com ele se fortalecem desanimados. Reunida à família em torno da mesa, hoje mais galharda e profusa, festeja o ano que alvoroce, de rosto alegre e desafogado coração. 62, decrépito, enrugado, quebrantado e mal visto, rói a um canto o pão negro do desgosto que lhe atiram tantas esperanças malogradas, tantas confianças iludidas. Pobre ano de 62! (1863).
-- “Expus com franqueza e lealdade, sem exclusão do natural acanhamento, as minhas impressões; os erros que tiver cometido provarão contra a minha sagacidade literária, nunca contra o meu caráter e a minha convicção." (1863).
-- “Que importa o labor de uma longa semana? Há, para muito descanso, o domingo da imortalidade.”(1863).
--"(...)Passarinho que sendo prisioneiro/ Fugiu matreiro/ Não volta, não!" (1862)
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