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Mostrando postagens de julho, 2014

28- O Teatro

“Idéias Vagas – A Comédia Moderna” publicado na Marmota Fluminense, n. 753, pp. 1-2, 31 de julho de 1856, pode ser lido neste  trabalho onde foi transcrito. Elogia o teatro como medida para saber o grau de civilização de um povo. Explica que o teatro mostra todas as faces da sociedade: as mais virtuosas e as mais viciosas. E ressalta as lições de moral que se pode ter no teatro. É um texto bem exaltado de quem é claramente um amante do teatro. Mas reclama do fato da comédia moderna não ser tão bem apreciada no Brasil. Novamente finaliza com uma desculpa por suas ideias estarem um pouco “vagas” e justifica isso por estar com pressa. Há aqui um indício do interesse do nosso jovem autor de futuramente retratar ele também os vícios da sociedade como ele os via retratados no teatro.

27.5- O ano de 1855

Antes de começar uma breve introdução. De todos os escritores brasileiros suponho que o mais estudado e analisado tenha sido Machado de Assis, assim qualquer tentativa de biografia e análise está fadada a ser uma repetição. Em busca de um pouco de novidade decidi que estes textos focarão mais nas obras do que nos fatos, deixarei as obras contarem a vida do poeta. Se quiserem os fatos podem achá-los nas enciclopédias. Vou falar da vida de Machado de Assis interpretando sua obra, o que tem a vantagem de ser diferente mais a desvantagem de poder ser totalmente fictício. Assim estou lendo toda a sua obra, que está acessível, em ordem cronológica e ao final de cada ano de textos farei uma análise do ano, imaginando como estaria a vida do autor. A primeira obra pública de Machado de Assis é de 1854, mas por ser a única desse ano decidi já emendar com o ano de 1855. Vamos começar. É possível imaginar como o poeta era jovem ao ler algumas dessas poesias de 1855. Aliás se estiver...

27- “(...)vigílias e meditações(...) ”

“Idéias Vagas – A Poesia”, publicado na Marmota Fluminense, n. 731, pp. 2-3, 10 de junho de 1856, pode ser lido neste  trabalho onde foi transcrito. É o primeiro texto que Machado de Assis publica em prosa. É um comentário sobre a poesia em geral. Mas apesar de ser escrito em prosa tem um linguagem poética, cheio de metáforas sobre o que é a poesia. Depois trata da sua origem na Grécia. Explica que escrever uma poesia é tarefa que toma bastante tempo, “(...)vigílias e meditações(...) ”. Cita os trágicos fins de Homero e Camões para falar que a poesia e seus poetas não são valorizados. Finaliza de forma humilde, pedindo perdão pela fraca linguagem de um jovem que está iniciando seus caminhos de escritor.

26- Dom Quixote é intragável?

" COGNAC!... ", publicado na Marmota Fluminense, n. 707, p. 4, 12 abr. 1856. Elogio ao efeitos desinibidores da bebida. Diz que com a bebida o Dom quixote é passatempo amável. Não tem rimas. Teria ele escrito esse poema sobre a influência da bebida, pois arremata na última estrofe que é fácil fazer poemas sob a influência da bebida. Um trago um verso, um copo um canto, todo o fraco um poema. Ou mais uma vez estaria imitando outros? É engraçado de ler sabendo que foi escrita por Machado de Assis, não por suas qualidades, mas por não esperarmos que ele tenha escrito sobre esse tema.

25- “E o mundo remiu-se!”

“ Consummatum est! ”, publicado na Marmota Fluminense, n. 698, p. 1, 22 de março de 1856 O texto escrito na semana santa de 1856, tem como tema a paixão de Cristo. Tem três partes, na primeira o poeta pede que oremos pela data e os acontecimentos que se passaram nela. Na segunda está a oração em si. Na terceira e última estrofe renova sua fé e o pedido de que todos orem.

24- Ópera

“ à Madame Arsène Charton Demeur ”, publicado no Diário do Rio de Janeiro, 7 fev. 1856, apud Jean-Michel Massa, A Juventude de Machado de Assis, p. 642. Poema de homenagem à Arsèsene Charton Demeur. O poeta se coloca aos pés da homenageada. Pede que não vá embora. E já antecipa a saudade que irá ter da voz da artista.

23- “A Musa, que inspira meus cantos é livre, /Detesta os preceitos da vil opressão,”

“ Minha Musa ”, escrito em 22 de fevereiro  de 1856, publicado na Marmota Fluminense, n.º 690, 4 mar. 1856. Minha Musa, é um poema que resume as várias inclinações do poeta: de cantar seus amores, seus sofrimentos, sua crença, seu patriotismo e a liberdade, enfim todas as fases do romantismo brasileiro. O poeta agradece sua musa por lhe inspirar a cantar sobre esses temas. Qual poeta não cantou sua musa? Certamente Machado de Assis não ficaria de fora.

22- Reverente súdito J. M. M. d’Assis

" Soneto a S.M. O Imperador, o senhor D.Pedro II ", publicado na Marmota Fluminense, n. 654, p. 1, 2 de dezembro de 1855. É como o título diz uma homenagem a D. Pedro II. Quem diria Machado de Assis puxando o saco, ele assina o poema assim: “Pelo seu reverente súdito J. M. M. d’Assis”.

Citações escolhidas

-- "Assim, por sobre o túmulo/ Da extinta humanidade/ Salva-se um berço; o vínculo/ Da nova criação." (1863).
-- “Abre-se o ano de 63. Com ele se renovam esperanças, com ele se fortalecem desanimados. Reunida à família em torno da mesa, hoje mais galharda e profusa, festeja o ano que alvoroce, de rosto alegre e desafogado coração. 62, decrépito, enrugado, quebrantado e mal visto, rói a um canto o pão negro do desgosto que lhe atiram tantas esperanças malogradas, tantas confianças iludidas. Pobre ano de 62! (1863).
-- “Expus com franqueza e lealdade, sem exclusão do natural acanhamento, as minhas impressões; os erros que tiver cometido provarão contra a minha sagacidade literária, nunca contra o meu caráter e a minha convicção." (1863).
-- “Que importa o labor de uma longa semana? Há, para muito descanso, o domingo da imortalidade.”(1863).
--"(...)Passarinho que sendo prisioneiro/ Fugiu matreiro/ Não volta, não!" (1862)
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