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115- “O que a terra não deu, dar-nos-á o Senhor!”

Aspiração ,  poesia, publicada pela primeira vez em primeiro de Outubro de 1862, em “O futuro”, ano I, n.2, p.65, depois republicado na primeira edição de Crisálidas em 1864     O poeta começa falando da sua tristeza. Diz que por ser jovem, as pessoas não acreditam que ele possa estar triste. Discorre por vários versos sobre sua desilusão. Que as coisas do mundo são vãs. Conclui que só em Deus pode encontrar o que busca o que lhe falta.     O texto é muito bem escrito.

114- “Vai encher a cabeça de romantismo, é moda;”

O caminho da porta / O protocolo , publicada originalmente no Teatro de Macaho de Assis v.I, Rio de Janeiro, Tipografia do Diário do RJ, 1863, encenado no Ateneu em 1862.     As peças foram encenadas em 1862 e depois publicadas em 1863, na publicação antecedem o texto do teatro duas cartas uma de Machado de Assis dirigida Quintino Bocaiúva e a carta de resposta. Na carta o jovem teatrólogo pede o conselho se é recomendável fazer publica o texto dos teatros. Quintino Bocaiúva escreve: “(...)respondendo a uma interrogação direta que me diriges, devo dizer-te que havia mais perigo em apresentá-las ao público sobre a rampa da cena do que há em oferecê-las à leitura calma e refletida. O que no teatro podia servir de obstáculo à apreciação da tua obra, favorece-a no gabinete. As tuas comédias são para serem lidas e não representadas.”     Vamos ao texto do teatro.     A primeira com o título “O CAMINHO DA PORTA”, comédia em um ato. Três homens...

113- “Tirei hoje do fundo da gaveta, onde jazia a minha pena de cronista.”

Crônicas , publicadas originalmente em O Futuro, Rio de Janeiro, textos de 15/09/1862, 30/11/1862 e 15/12/1862     No texto de 15/09/1862, conversa com sua caneta de pena, que está esquecida e cheia de teias de aranha. Ela não quer trabalhar. Ele tem que  convencê-la, elogiando-a. A caneta se convence e passa a narrar acontecimentos do parlamento; o sucesso do lançamento do livro de poemas de Thomaz Ribeiro, “D. Jaime”; o lançamento do terceiro volume da Biblioteca Brasileira, organizada por Quintino Bocaiúva. Passa então a discorrer sobre “As minas de prata” de José de Alencar, que está sendo publicado em partes e ainda não foi toda publicada. Fala ainda sobre o músico Arthur Napoleão. Sobre o teatro diz não haver novidades apenas reprises.     No texto de 30/11/1862, os parágrafos iniciais são uma conversa direta com o leitor sobre a vida do escritor. Comenta sobre um conflito de interesse entre o Brasil e o Peru, em uma questão de navios. Dá notíci...

112- CAVACO OU ADVERTÊNCIA - “Não peço elogios, porque a obra os não merece; mas peço paciência e giro.”

Crônicas do Dr. Semana , publicado originalmente na Semana Ilustrada, Rio de Janeiro.     Em 27 de julho, 10 de agosto e 28 de setembro de 1862, são publicados as PRELEÇÕES DE GRAMÁTICA do Dr. Semana, que se propõe a dar lições de gramática semanalmente, nos temas de Ortografia, Prosódia, Etimologia e Sintaxe. As lições são dadas em um tom cômico, com finalidade para fazer propaganda do periódico em que foram escritos, subvertendo as lições de gramática, por exemplo quando vai explicar o que é um “artigo” diz: “O Artigo semanal pode ser masculino, feminino, ou neutro, conforme o gosto de quem o lê. Serve para encher as colunas da Semana Ilustrada, e aumentar o número de suas páginas. Sem o Artigo, a Semana publicaria unicamente caricaturas.” A cada classe gramatical dá uma explicação e exemplo inusitado: “Adjetivo (…) Numeral é o que dá uma idéia da quantidade, ou ordem. Ex.: Afilhado de ministro;(…) Indefinido é o que modifica o nome, representando-o de uma maneira v...

110- “Os carinhos de Anfitrite”

O País das quimeras, publicado originalmente em “O Futuro”, 1862 É um dos primeiros contos de Machado de Assis e é profético do que vai vir. É sobre Tito um poeta, descrito com riqueza de detalhes o que dá vida ao personagem. Tito vende versos para se sustentar. O comprador da poesia impõe monopólio absoluto sobre a produção literária de Tito. No entanto Tito se apaixona por uma moça e começa a burlar o monopólio para dedicar poesias, sonetos e serenatas a sua amada. Mas, apesar dos esforços a moça recusa Tito, que se vê desolado. Até aí temos um típico enredo da época, boas personagens, um bom conflito que nos leva a ansiar por qual será o desfecho. Entretanto, numa virada de expectativas, Machado de Assis leva Tito a encontrar uma visão, uma fada alada, companheira “dos que pensam e dos que sentem”, que o leva a uma viagem pelo céu até o país das quimeras. Nesse lugar Tito encontra seres fantásticos que seguem regras próprias, seres que personificam fantasias e utopias, cicerone...

109- Queixa

Carta ao Sr. Bispo do Rio de Janeiro , Publicado originalmente em Jornal do Povo, Rio de Janeiro, 18/04/1862. É uma carta endereçada ao Bispo, uma queixa. Critica a situação da igreja, seu clero e suas práticas. Diz que geralmente as festas religiosas brasileiras “São festas de folga, enfeitadas e confeitadas, falando muito aos olhos e nada ao coração.” Diz ainda: “As queixas são constantes e clamorosas contra o clero; eu não faço mais que reuni-las e enunciá-las por escrito.” (…) “Desacreditada a religião, abala-se essa grande base da moral, e onde irá parar esta sociedade?”

Citações escolhidas

-- "Assim, por sobre o túmulo/ Da extinta humanidade/ Salva-se um berço; o vínculo/ Da nova criação." (1863).
-- “Abre-se o ano de 63. Com ele se renovam esperanças, com ele se fortalecem desanimados. Reunida à família em torno da mesa, hoje mais galharda e profusa, festeja o ano que alvoroce, de rosto alegre e desafogado coração. 62, decrépito, enrugado, quebrantado e mal visto, rói a um canto o pão negro do desgosto que lhe atiram tantas esperanças malogradas, tantas confianças iludidas. Pobre ano de 62! (1863).
-- “Expus com franqueza e lealdade, sem exclusão do natural acanhamento, as minhas impressões; os erros que tiver cometido provarão contra a minha sagacidade literária, nunca contra o meu caráter e a minha convicção." (1863).
-- “Que importa o labor de uma longa semana? Há, para muito descanso, o domingo da imortalidade.”(1863).
--"(...)Passarinho que sendo prisioneiro/ Fugiu matreiro/ Não volta, não!" (1862)
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