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Mostrando postagens de junho, 2014

21.5 Biografia Machadiana

<Queria deixar as obras machadianas me contarem a história de seu autor. E de fato, várias fatos de sua biografia aparecem nas suas primeiras poesias, como o fato de ele ter perdido a mãe e a irmã quando ainda era pequeno. Mas muitas vezes apenas de forma vaga e fazendo algumas conjecturas.> <A curiosidade é grande então farei ao final de cada ano escrito um resumo do ano, o que pode se tirar das obras que seja da sua vida e apenas depois consultar algumas biografias.>

21- Ainda lindo?

" O pão d'açúcar ", escrito em 30 de outubro de 1855, publicado na Marmota Fluminense, n. 651, p. 3, 23 de novembro de 1855. Descrição do pão de açúcar do Rio de janeiro, compara-o com um gigante que dorme. Dá-lhe uma ação humana a de sorrir frente a tempestades, ventos e ao tempo. Mais uma faceta do romântico nacionalista.

20- Pedido e homenagem

“ O gênio adormecido ”, publicado na Marmota Fluminense, n. 642, pp. 3-4, 28 de outubro de 1855. Homenagem a Antônio Gonçalves Teixeira e Sousa, e também reclama que ele volte a escrever, por isso estaria adormecido como diz o título.

19- “Lá na etérea imensidade”.

“ Um Anjo ”, escrito em outubro de 1855, publicado na Marmota Fluminense, n.º 702, 1 abr. 1856. É em homenagem à irmã do autor que já havia morrido. Não há muito que comentar, mantém o estilo da época. Uma estrofe sua poderia ser utilizada ainda hoje em uma lápide.

18- A poesia de então.

“ No álbum do Sr. F.G.Braga ”, publicado na Marmota Fluminense, n. 634, pp. 3-4, 9 de outubro de 1855. É uma homenagem a F.G. Braga amigo e colaborador da Marmota, e fala de sua obra, e da poesias em geral, que é um bom resumo do romantismo brasileiro que chora os amores e a pátria. Também fala da poesia clássica de Camões.

17- Lugares comuns

“ A uma Menina ”, escrito em 19 set, publicado em 21 out,1855, Marmota Fluminense, n. 639, p. 4, 21 de outubro de 1855. O poeta parece estar consolando alguma conhecida sua. Começa comparando a mulher com as flores. Elogia que ela por ser ainda menina e não mulher, por ser inocente e não ter malícia. E finalmente a compara com um anjo. Enfim, todos lugares comuns.

16- O estudo do texto.

"O profeta" , escrito em 11 de setembro de 1855, publicado na Marmota Fluminense, n. 644, p. 3, 2 de novembro de 1855. Poesia muito diferente de todas até então lidas, não há amores, saudades, é uma descrição histórica. Fala sobre profecias. Cria um suspense sobre qual será a visão do profeta. Mas fica tudo no suspense e se revelam apenas possibilidades ao leitor. Seria apena um anticlímax? É um fragmento, talvez na editoração do periódico tenha sido cortado uma parte da poesia, o resto dela só em algum manuscrito, que muito provavelmente já esteja perdido para todo o sempre. Mas estudando o texto um pouco mais, me passa pela cabeça que possa ser uma descrição de um acontecimento bíblico, quando Moisés recebe os dez mandamentos. Não sou especialista em profetas então recorri à alguns amigos professores, que logo me elucidaram: Professora M.C.: “Quanto ao profeta de Machado, bem se vê que o cara sabia das coisas. Acho difícil tratar-se de Moisés, pois reiteradamente f...

15- Mais que nostalgia

" A saudade ", escrito em 1 setembro de 1855, publicado na Marmota Fluminense, n. 632, p. 3, 5 de outubro de 1855.  É a terceira vez que Machado de Assis usa essa palavra como título para um poema. O poema tem três partes, na primeira é quase uma prosa descrevendo a saudade e os sentimentos que traz. Na segunda parte há rimas, versos menores, um apelo, uma invocação da saudade, que tem carinhos e espinhos. Na terceira parte volta ao passo da primeira, prevendo esperança. É corrente a noção que a palavra “saudade” é particular ao português, que não tem tradução, que é mais que uma simples nostalgia. Com suas poesias Machado pode ser usado como argumento dessa tese.

14.5 Retificação n.1

<Aqui vai a primeira retificação com relação à data, publicação da poesia "Saudades".> <O texto disponível na internet Poesias dispersas de Machado de Assis, apresenta um poema com título Saudades que diz ser publicado em 1 de maio de 1855 na Marmota Fluminense. Entretanto lendo este trabalho , que transcreve vários poemas de Machado, e consultando o periódico no original, na Hemeroteca digital , verifiquei que o texto da poesia é outro do que aquele presente nas poesias dispersas.> <Inicialmente analisei o texto que faz homenagem à mãe do poeta, contudo o texto que foi verdadeiramente publicado naquela data na Marmota Fluminense é em homenagem à F. G. Braga .> <A confusão deve ter ocorrido por terem o mesmo título. Permanece a dúvida de quando e onde foi publicado o poema sobre a mãe do poeta, posso apenas afirmar que não foi publicado na Marmota Fluminense.> <Fica então retificado meu comentário sobre essa poesia.>

14- “ Sou triste que a vida consiste em te amar. ”

“ Paródia ”, escrito em 5 de agosto, publicado na Marmota Fluminense, n. 611, p. 4, 14 de agosto de 1855. Várias comparações, rimas, repetições de ideias de tentativa de agradar a mulher amada. Mas o Final me surpreendeu, pode ler-se apenas os dois versos iniciais e depois pular para a estrofe final, lá o poeta nega as comparações, e se assume um triste que ama. Recomenda-se apenas esses seis versos. Como já disse não sou especialista em literatura muito menos em poesia, talvez por isso tenha me comovido, talvez apenas descobri mais um lugar comum, ou apenas ressoou em mim. E aí então deve se analisar o título: “paródia”, o iniciante escritor já está parodiando o romantismo, mas não que isso queira dizer que ele esteja diminuindo o romantismo.

13- um beijo

“ Um sorriso ”, escrito em 4 agosto de 1855, publicado na “Marmota Fluminense”, n. 610, p. 2, 12 de agosto de 1855 É obviamente sobre um sorriso, um sorriso idealizado, que cura dores. O jovem Machado provavelmente estava passando por uma desilusão amorosa. A maioria dos textos até aqui abordam essa dor, e como ele convive com ela, mas aqui a amada não está tão longe e acontece um beijo. Assim marca a primeira concretização desse amor nascido de desilusões passadas. É possível imaginar a poesia sendo lida em frente da mulher amada esperando nela a concretização das palavras.

12- “Com ternura(...) com afeto”

“Como te amo”, escrito em 1 ago, 1855, publicado na “Marmota Fluminense”, n. 610, p. 2, 12 de agosto de 1855.Pode ser lida neste trabalho onde foi transcrita. O poeta se compara a objetos, animais, e seus respectivos focos de paixão com a sua amada e como ele a ama. Continua a temática das suas outras poesias e nestas partes nenhuma novidade. Poderia ser a letra de uma música romântica moderna, salvo o uso de algumas palavras pouco conhecidas.

Citações escolhidas

-- "Assim, por sobre o túmulo/ Da extinta humanidade/ Salva-se um berço; o vínculo/ Da nova criação." (1863).
-- “Abre-se o ano de 63. Com ele se renovam esperanças, com ele se fortalecem desanimados. Reunida à família em torno da mesa, hoje mais galharda e profusa, festeja o ano que alvoroce, de rosto alegre e desafogado coração. 62, decrépito, enrugado, quebrantado e mal visto, rói a um canto o pão negro do desgosto que lhe atiram tantas esperanças malogradas, tantas confianças iludidas. Pobre ano de 62! (1863).
-- “Expus com franqueza e lealdade, sem exclusão do natural acanhamento, as minhas impressões; os erros que tiver cometido provarão contra a minha sagacidade literária, nunca contra o meu caráter e a minha convicção." (1863).
-- “Que importa o labor de uma longa semana? Há, para muito descanso, o domingo da imortalidade.”(1863).
--"(...)Passarinho que sendo prisioneiro/ Fugiu matreiro/ Não volta, não!" (1862)
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