Pular para o conteúdo principal

Postagens

52.5- O ano de 1858

    Como vimos em 1857 o poeta estava desolado pelos caprichos do amor e como qualquer boa paixão sua saudade teima em o assombrar. No começo do ano o poeta grita um “ vai-te ” tentando superá-la.     E de certo modo essa superação transparece na obra em que Machado de Assis estreia no estilo dos contos com uma história de infidelidade. Tema que vai usar repetidas vezes durante sua obra, talvez para exorcizar sua própria dor.     Neste ano de 1858 Machado mostra-se não apenas conhecedor dos clássicos da literatura mas também da poesia mais moderna brasileira, homenageando um dos seus jovens expoentes: Álvares de Azevedo .     Mas a obra que destaco é a “ A missão do poeta ”, nela Machado confessa os conflitos do amante da arte, das dificuldades de ser um artista e ao mesmo tempo a necessidade de ser um artista.     Enfim, em 1858, nosso ainda jovem escritor passar a ser uma figura comum nos jornais carioca ...

52- As novas tecnologias.

“ O jornal e o livro ”, publicado originalmente no Correio Mercantil, Rio de Janeiro, 10 e 12/01/1859. O Texto é dedicado à Manuel Antônio de Almeida. Ele tem duas partes, na primeira, afirma que vai tratar de um assunto sobre o qual já tratou em versos. Que poesia é essa? Talvez a “ missão do poeta ”? O texto prossegue com uma longa introdução. Defende a Revolução Francesa, a democracia e a república. Só depois de alguns parágrafos entra no tópico: o jornal acabará com o livro? Faz toda uma evolução histórica sobre o livro. Compara a invenção da imprensa com o fogo de prometeu. Na segunda parte, defende a importância do jornal por gerar discussão ser dinâmico, enquanto que o livro fica parado no tempo e não está em movimento. Fala de várias vantagens do jornal, uma delas é que ele dá trabalho fixo ao homem das letras. Ele termina dizendo que não defende o fim do livro apenas está explicando a maior importância que o jornal tem. Na época de Machado escreveu esse texto a discussão tinh...

50- Um hino

“ O progresso ”, publicado no “Correio Mercantil”, 30 nov. 1858. Lendo pela primeira vez pensei ser um comentário em versos ao atual Hino Nacional Brasileiro, acompanhem meu raciocínio: os versos de Machado de Assis várias vezes falam de uma voz que chama a mocidade para o progresso. No atual hino nacional também temos uma voz proclamando a independência nas margens do Ipiranga. A de Machado contém as expressão: “berço gentil”, que no Hino oficial é “berço esplêndido”. Mas depois caí em mim e lembrei que Machado de Assis existiu em um tempo em que o Brasil ainda não era Brasil que ainda estava se inventando, nem havia futebol... De fato apesar dessas semelhanças e da música do Hino Nacional já existir a Letra que conhecemos só veio depois da proclamação da república. Sem falar do tema do progresso, que já constava nos ideais positivistas mas que só entrou na nossa bandeira nacional também durante a república. Além do que, quanto à mensagem as composições são bem diferentes, ...

47- “(POETA) O sonho é como um feto que se aborta,(...) (MUSA) Sofrer, qu’importa? — Vem! Morrem as dores/ Da solidão nos recônditos mistérios!”

“ A missão do Poeta ”, publicado em vinte de outubro de 1858 em “O universo ilustrado, pittoresco e monumental”, Rio de Janeiro, ano 1, n. 29, p.3-4. Fugindo do comum, apresenta um diálogo entre a Musa e o Poeta. A Musa chama o poeta para sonhar. O Poeta reluta em aceitar, se pergunta se não é tudo ilusão. A Musa diz que o poeta não pode desistir que tem uma missão de cantar. <É lendo versos como este que percebo como o romantismo é ainda muito influente, como canta crises de sentimentos que ainda gostamos de enfrentar. Bom exemplo disso é o poetinha muito tempo depois escrever “e no entando é preciso cantar...”>

Citações escolhidas

-- "Assim, por sobre o túmulo/ Da extinta humanidade/ Salva-se um berço; o vínculo/ Da nova criação." (1863).
-- “Abre-se o ano de 63. Com ele se renovam esperanças, com ele se fortalecem desanimados. Reunida à família em torno da mesa, hoje mais galharda e profusa, festeja o ano que alvoroce, de rosto alegre e desafogado coração. 62, decrépito, enrugado, quebrantado e mal visto, rói a um canto o pão negro do desgosto que lhe atiram tantas esperanças malogradas, tantas confianças iludidas. Pobre ano de 62! (1863).
-- “Expus com franqueza e lealdade, sem exclusão do natural acanhamento, as minhas impressões; os erros que tiver cometido provarão contra a minha sagacidade literária, nunca contra o meu caráter e a minha convicção." (1863).
-- “Que importa o labor de uma longa semana? Há, para muito descanso, o domingo da imortalidade.”(1863).
--"(...)Passarinho que sendo prisioneiro/ Fugiu matreiro/ Não volta, não!" (1862)
-- Ver todas