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69- Leia ouvindo um realejo.

“Cousas Que São Maçantes”, publicado em “A Marmota”, n. 1.096, p. 4, 4 de outubro de 1859. Pode ser lida neste trabalho onde foi transcrita. Uma lista de coisas que o autor acha maçantes. São apenas catorze itens, que vai desde poeira, ser escolhido para o júri até ouvir cantores desafinados. Apesar de mais de um século passado qualquer um pode se identificar com essa lista bem ao estilo das listas modernas difundidas em redes sociais. Observação: não existe certeza absoluta se a autoria desse texto é de Machado de Assis, visto que foi assinada por “M. de A.”, na época trabalhavam na marmota além de Machado de Assis, Moreira de Azevedo, com as mesmas iniciais.

68- “(...) a arte divorciou-se do público.”

“ Idéias sobre o teatro ”, publicado originalmente em O Espelho,I, 25 de set.; II, 02 de out.; 25 de dez. de 1859. Fala sobre a situação do teatro e seus artistas no Brasil. Em resumo explica os muitos problemas que a atingem os artistas e a plateia, diz que ambas classes precisam ser educadas. Machado explica que o teatro não é apenas passatempo, pois tem uma missão moralizadora. E nesse sentido o governo não toma nenhuma atitude e limita-se ao apoio material. Também reclama que o teatro do Brasil não tem nenhum cunho local, repete estrangeirismo. O teatro precisaria representar a verdade nacional. E ainda escreve que: “(...) imitamos as frivolidades estrangeiras, e não aceitamos os seus dogmas de arte?”.

67- “Não posso dizer mais; falta-me espaço. Até domingo. “

Crítica, Revista dos teatros , publicado em 18 e 25 de setembro de 1859. No primeiro texto publicado no dia 18, Machado continua a última conversa com seus leitores, adverte que esta será mais curta, comenta as peças “Arthur ou dezesseis anos depois”, “Cabelos de minha mulher” e “Minha sobrinha e meu urso”. Faz algumas repreensões sobre a atuação dos atores e sobre alguns anacronismos da decoração: “por exemplo, Luiz XIV ou Molière, sentado em uma cadeira de Francisco I, e em um gabinete do tempo da revolução“. No fim ainda comenta a apresentação da ópera “os Mártires”. O segundo texto do dia 25, comenta as seguintes peças: “A honra de uma família.” e “Um lobo no mar faz rir”. O interessante desses textos é que eles revelam um pouco do cotidiano das pessoas que acompanhavam o teatro dessa época.

66- “(...) a religião das lendas (...)”

“ Os imortais (lendas) ”, publicado originalmente em “O Espelho”, Rio de Janeiro, 18 e 25/09/1859 São dois  pequenos textos. O primeiro tem como título “O CAÇADOR DE HARZ”, começa falando sobre as histórias sobre seres imortais como Prometeu, Hércules, e depois fala de uma história alemã sobre um caçador imortal. O segundo texto tem como título “O Marinheiro Batavo”, que fala justamente de uma lenda batava de um marinheiro, eternamente a navegar o oceano.

65- Um revolucionário.

“ A um proscrito ”, publicado em “O Espelho”, 18 set. 1859. Retoma o tema de “ A Ch.F., filho de um proscrito ”, é uma homenagem às revoluções, um discurso contras as velhas monarquias. Aqui o autor está fazendo referência direitamente às monarquias europeias, ainda não opinou direitamente sobre a monarquia brasileira, talvez ele considere a brasileira mais moderna por ser constitucional e pela figura de D. Pedro II.

64- Primeiros tipos machadianos

“ Aquarelas ”, publicado originalmente em O Espelho, Rio de Janeiro, 11 e 18/09 e 9, 16 e 30/10/1859. É dividido em quatro textos o primeiro tem como título: “Os fanqueiros literários”. Calma o fanqueiro deste título quer dizer um logista de tecido e não tem nada a ver com qualquer tipo de música moderna. Em resumo Machado está falando dos escritores que vendem sua arte para o gosto do leitor, para vender mais, para ser mais comercial. Que produzem sem parar como numa indústria de tecidos daí a comparação inicial. Afirma que essa é a pior espécie de indústria. Comenta que o atrevimento maior é quando nesse texto encomendado o autor satiriza o próprio leitor freguês. Explica que o que se encomenda em sua época são as odes para o natal, batizados, noivados e casamentos. A poesia sairá tanto mais entusiasmada das virtudes dos elogiados quanto maior o bolso do freguês. Finaliza o texto com a seguinte frase: “Fazer do talento uma má­quina, e uma máquina de obra grossa, movida pelas proba...

63- “(...)minha amável leitora(...)”

Crítica, Revista dos teatros publicado em 11/09/1859. Com este texto começamos a ver uma nova face de Machado de Assis, aqui o autor nos fala diretamente, não é um poeta ou um narrador, é como um colega que nos conta suas novidades e últimos pensamentos. Lido fora do contexto poderia até se pensar que fossem textos de um blog. Não posso dizer com absoluta certeza, mas é a primeira vez que Machado de Assis conversa diretamente com o leitor da forma que depois o fará nas suas obras maiores, aqui ele começa com : “(...)minha amável leitora(...)” e segue contando seus pensamentos. Reflete um pouco sobre a metáfora de que a vida é um caminhar em uma ponte sobre um rio, de um lado e do outro a eternidade.  Depois começa sua crítica sobre “Asno morto” que  “é um drama em cinco atos, um prólogo e um epílogo, tirado do romance de Jules Janin, do mesmo título” e “o drama de Barrière”. Resume o teatro e o caracteriza como romântico, ele se diz pertencente à escola realista por se...

Citações escolhidas

-- "Assim, por sobre o túmulo/ Da extinta humanidade/ Salva-se um berço; o vínculo/ Da nova criação." (1863).
-- “Abre-se o ano de 63. Com ele se renovam esperanças, com ele se fortalecem desanimados. Reunida à família em torno da mesa, hoje mais galharda e profusa, festeja o ano que alvoroce, de rosto alegre e desafogado coração. 62, decrépito, enrugado, quebrantado e mal visto, rói a um canto o pão negro do desgosto que lhe atiram tantas esperanças malogradas, tantas confianças iludidas. Pobre ano de 62! (1863).
-- “Expus com franqueza e lealdade, sem exclusão do natural acanhamento, as minhas impressões; os erros que tiver cometido provarão contra a minha sagacidade literária, nunca contra o meu caráter e a minha convicção." (1863).
-- “Que importa o labor de uma longa semana? Há, para muito descanso, o domingo da imortalidade.”(1863).
--"(...)Passarinho que sendo prisioneiro/ Fugiu matreiro/ Não volta, não!" (1862)
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