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99- “Muito e medíocre não é, nunca foi riqueza.”

“ Crítica teatral: Os Mineiros da desgraça ”, publicado originalmente na “Revista Dramática”, seção do Diário do Rio de Janeiro, 24/07/1861. Começa tecendo comentários ao estado da arte dramática do Brasil, como ainda estamos começando nesta área e como faltam incentivos. Mas apesar disso afirma: “se as obras que possuímos perdem na importância numérica, ganham muito no valor literário e moral.” E depois passa a elogiar a obra de Quintino Bocaiúva, obra que além de valor literário faz críticas e protestos contra as misérias sociais. <A palavra nova da semana é: mealheiro. Usado na seguinte passagem: “ (…)  Trabalham de acordo para encher o mealheiro comum (...)”. Significado: “cofre, quantidade de dinheiro poupado”. Origem : do Latim medialia >.

98- “Mas eis que o anjo pálido da morte”

Dois poemas desta vez: “ No Álbum da artista Ludovina Moutinho ”, publicado em “A Primavera”, em 17 março de 1861. “ Sobre a morte de Ludovina Moutinho ”, publicado no “Diário do Rio de Janeiro”, ano XLI, n.165, p.2, em poesia 17 de junho de 1861. Depois é republicado com o título “Elegia” em Crisalidas em 1864. Ambos são homenagens à atriz Ludovina Moutinho, jovem artista conhecida no teatro, que chocou o público carioca com sua morte inesperada. <Nessa época quando pessoas famosas morriam os escritores escreviam e publicavam poemas em sua homenagem, é uma bela tradição que está se perdendo.> <A palavra nova da semana é: esquife. Usado na seguinte passagem: “Se, como outrora, nas florestas virgens,/ Nos fosse dado — o esquife que te encerra(...)”. Significado: “pequena embarcação, ou ainda caixão funerário, modo de transporte de uma vida para outra”. Origem : do Longobardo skif >.

97.5- O ano de 1860

O ano de 1860 é mais um ano de mistérios, Machado de Assis tem uma publicação bem menor neste ano comparado ao ano de 1859. Teria escrito sob um pseudônimo? Teriam simplesmente as suas publicações deste ano sumido? Ou teria se dedicado a outras tarefas dentro dos jornais em que colaborava ? Há uma infinidade de possibilidades, os escritos que deixa não nos ajudam a saber ao certo. Em 1859 temos inúmeras críticas teatrais, em 1860 temos apenas três, teria o autor sido despedido? Ou apenas se cansara e tirava um repouso da pena de crítico? Deve-se destacar um texto deste ano: “ Odisséia dos Vinte Anos ”, a primeira tentativa de Machado de compor uma cena de teatro, o que levanta uma possível explicação para as questões aqui levantadas: para ser dramaturgo teria que encerrar sua carreira de crítico.

97- “Na embriaguez da cisma”

“ Lúcia ”, escrito em 1860, publicado em “Crisálidas”, em 1864. Mais uma vez retoma o tema de ter a idade de quinze anos . Narra o encontro de dois jovens de quinze anos, um deles canta, o outro observa. Compara a cantora à Desdemona, da peça Otelo de Shakespeare, e depois à Margaria do Fausto de Goethe. Ela agora já está morta, o poeta canta sua saudade. <A palavra nova da semana é: infante. Usado na seguinte passagem: “(...) Nascidos do ar, que ele respira — o infante?(...)”. Significado: “criança, filho”. Origem : do latim infans>.

96- “Uma lágrima buscares”

“Perdição”, publicado na “Semana Ilustrada”, n.1, p.7, 16 de dezembro de 1860, pode ser acessada nestes link . Foi republicado nas “Crisálidas”, em 1864, sob o novo título “ Quinze anos ” . Com algumas pequenas mudanças. O autor se dirige a uma jovem de quinze anos, se compadece com a história de sua vida. Tenta a consolar, ela que nesse momento crê que todas as alegrias de sua vida são ilusórias. O autor explica que ela está enganada, que a vida não é ilusão, que “por taes gozos não vale/ Deixar os braços de Deus!” <A palavra nova da semana é: escuma. Usado na seguinte passagem: “(...) Essas rosas de beleza/ Que se esvaem como a escuma/ Que a vaga cospe na praia (...)”. Significado: “espuma”. Origem : Do germ. skum>.

95- “Corria atrás da borboleta azul”

“Lembranças de minha mãe”, publicado na “Revista Luso Brasileira”, n.2, p.80, em 31 de julho de 1860, pode ser acessada neste link   Redescoberta pelo pesquisador Felipe Rissato como noticiado aqui Fala de suas memórias com sua mãe, de como ela lhe foi tirada enquanto ainda era uma criança. Reflete sobre a importância de ter uma mãe e da falta que faz.

94- “Açougues Monstros” e a cauda da arma.

Dois textos desta vez: 1- “Carniceira a Vapor”, publicado em “A Marmota” , n. 1.158, pp. 1-2, 8 de maio de 1860, pode ser lido neste trabalho onde foi transcrito. Observação: não existe certeza se a autoria desse texto é de Machado de Assis, podendo ser de Moreira de Azevedo, já que ambos escreviam na mesma época para a Marmota e assinavam M.A. A narrativa se passa em Brooklyn, nos Estados Unidos. E o assunto é a mecanização do trabalho, especificamente no caso de um matadouro de porcos. <A descrição do maquinário e processamento dos porcos é evocativo aos atuais programas de defesa de direitos de animais e incentivo às práticas vegetarianas.> 2- “Anedocta”, publicado em “ A Marmota”, n. 1.159, p. 4, 11 de maio de 1860, pode ser lido neste trabalho onde foi transcrito Observação: não existe certeza se a autoria desse texto é de Machado de Assis, podendo ser de Moreira de Azevedo, já que ambos escreviam na mesma época para a Marmota e assinavam M.A. Breve relato sobre o uso d...

Citações escolhidas

-- "Assim, por sobre o túmulo/ Da extinta humanidade/ Salva-se um berço; o vínculo/ Da nova criação." (1863).
-- “Abre-se o ano de 63. Com ele se renovam esperanças, com ele se fortalecem desanimados. Reunida à família em torno da mesa, hoje mais galharda e profusa, festeja o ano que alvoroce, de rosto alegre e desafogado coração. 62, decrépito, enrugado, quebrantado e mal visto, rói a um canto o pão negro do desgosto que lhe atiram tantas esperanças malogradas, tantas confianças iludidas. Pobre ano de 62! (1863).
-- “Expus com franqueza e lealdade, sem exclusão do natural acanhamento, as minhas impressões; os erros que tiver cometido provarão contra a minha sagacidade literária, nunca contra o meu caráter e a minha convicção." (1863).
-- “Que importa o labor de uma longa semana? Há, para muito descanso, o domingo da imortalidade.”(1863).
--"(...)Passarinho que sendo prisioneiro/ Fugiu matreiro/ Não volta, não!" (1862)
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