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114- “Vai encher a cabeça de romantismo, é moda;”

O caminho da porta / O protocolo , publicada originalmente no Teatro de Macaho de Assis v.I, Rio de Janeiro, Tipografia do Diário do RJ, 1863, encenado no Ateneu em 1862.     As peças foram encenadas em 1862 e depois publicadas em 1863, na publicação antecedem o texto do teatro duas cartas uma de Machado de Assis dirigida Quintino Bocaiúva e a carta de resposta. Na carta o jovem teatrólogo pede o conselho se é recomendável fazer publica o texto dos teatros. Quintino Bocaiúva escreve: “(...)respondendo a uma interrogação direta que me diriges, devo dizer-te que havia mais perigo em apresentá-las ao público sobre a rampa da cena do que há em oferecê-las à leitura calma e refletida. O que no teatro podia servir de obstáculo à apreciação da tua obra, favorece-a no gabinete. As tuas comédias são para serem lidas e não representadas.”     Vamos ao texto do teatro.     A primeira com o título “O CAMINHO DA PORTA”, comédia em um ato. Três homens...

113- “Tirei hoje do fundo da gaveta, onde jazia a minha pena de cronista.”

Crônicas , publicadas originalmente em O Futuro, Rio de Janeiro, textos de 15/09/1862, 30/11/1862 e 15/12/1862     No texto de 15/09/1862, conversa com sua caneta de pena, que está esquecida e cheia de teias de aranha. Ela não quer trabalhar. Ele tem que  convencê-la, elogiando-a. A caneta se convence e passa a narrar acontecimentos do parlamento; o sucesso do lançamento do livro de poemas de Thomaz Ribeiro, “D. Jaime”; o lançamento do terceiro volume da Biblioteca Brasileira, organizada por Quintino Bocaiúva. Passa então a discorrer sobre “As minas de prata” de José de Alencar, que está sendo publicado em partes e ainda não foi toda publicada. Fala ainda sobre o músico Arthur Napoleão. Sobre o teatro diz não haver novidades apenas reprises.     No texto de 30/11/1862, os parágrafos iniciais são uma conversa direta com o leitor sobre a vida do escritor. Comenta sobre um conflito de interesse entre o Brasil e o Peru, em uma questão de navios. Dá notíci...

112- CAVACO OU ADVERTÊNCIA - “Não peço elogios, porque a obra os não merece; mas peço paciência e giro.”

Crônicas do Dr. Semana , publicado originalmente na Semana Ilustrada, Rio de Janeiro.     Em 27 de julho, 10 de agosto e 28 de setembro de 1862, são publicados as PRELEÇÕES DE GRAMÁTICA do Dr. Semana, que se propõe a dar lições de gramática semanalmente, nos temas de Ortografia, Prosódia, Etimologia e Sintaxe. As lições são dadas em um tom cômico, com finalidade para fazer propaganda do periódico em que foram escritos, subvertendo as lições de gramática, por exemplo quando vai explicar o que é um “artigo” diz: “O Artigo semanal pode ser masculino, feminino, ou neutro, conforme o gosto de quem o lê. Serve para encher as colunas da Semana Ilustrada, e aumentar o número de suas páginas. Sem o Artigo, a Semana publicaria unicamente caricaturas.” A cada classe gramatical dá uma explicação e exemplo inusitado: “Adjetivo (…) Numeral é o que dá uma idéia da quantidade, ou ordem. Ex.: Afilhado de ministro;(…) Indefinido é o que modifica o nome, representando-o de uma maneira v...

110- “Os carinhos de Anfitrite”

O País das quimeras, publicado originalmente em “O Futuro”, 1862 É um dos primeiros contos de Machado de Assis e é profético do que vai vir. É sobre Tito um poeta, descrito com riqueza de detalhes o que dá vida ao personagem. Tito vende versos para se sustentar. O comprador da poesia impõe monopólio absoluto sobre a produção literária de Tito. No entanto Tito se apaixona por uma moça e começa a burlar o monopólio para dedicar poesias, sonetos e serenatas a sua amada. Mas, apesar dos esforços a moça recusa Tito, que se vê desolado. Até aí temos um típico enredo da época, boas personagens, um bom conflito que nos leva a ansiar por qual será o desfecho. Entretanto, numa virada de expectativas, Machado de Assis leva Tito a encontrar uma visão, uma fada alada, companheira “dos que pensam e dos que sentem”, que o leva a uma viagem pelo céu até o país das quimeras. Nesse lugar Tito encontra seres fantásticos que seguem regras próprias, seres que personificam fantasias e utopias, cicerone...

109- Queixa

Carta ao Sr. Bispo do Rio de Janeiro , Publicado originalmente em Jornal do Povo, Rio de Janeiro, 18/04/1862. É uma carta endereçada ao Bispo, uma queixa. Critica a situação da igreja, seu clero e suas práticas. Diz que geralmente as festas religiosas brasileiras “São festas de folga, enfeitadas e confeitadas, falando muito aos olhos e nada ao coração.” Diz ainda: “As queixas são constantes e clamorosas contra o clero; eu não faço mais que reuni-las e enunciá-las por escrito.” (…) “Desacreditada a religião, abala-se essa grande base da moral, e onde irá parar esta sociedade?”

108- Pareceres de Machado de Assis a Diversas Peças Teatrais

Pareceres de Machado de Assis a Diversas Peças Teatrais Não tenho informação completa desses textos, parece que são apenas manuscritos talvez cartas pessoais, existe apenas a informação da data em que foram escritos: 16/03/1862, 20/03/1862, 08/04/1862, 09/05/1862, 11/06/1862, 15/06/1862, 20/07/1862, 30/07/1862, 27/10/1862 e 24/11/1862. Se alguém souber o contexto em que foram escritos favor nos informar. Várias críticas de peças teatrais encenadas em 1862, Machado de Assis não poupa críticas ao teatro que não lhe agrada: Em, 16/03/1862, comenta sobre Clermont ou A mulher do artista, peça traduzida do francês,“(…) é uma dessas banalidades literárias que constituem por aí o repertório quase exclusivo dos nossos teatros” e ainda fala mais “(…) e onde nada existe do que pode constituir um drama.” Em 20/03/1862, sobre comédia Finalmente, em um ato, de Antonio Moutinho de Sousa, peça adaptada à cena nacional, Machado de Assis a aprova dizendo: “(…)  cumpre-me dirigir ao Sr. Mout...

Citações escolhidas

-- "Assim, por sobre o túmulo/ Da extinta humanidade/ Salva-se um berço; o vínculo/ Da nova criação." (1863).
-- “Abre-se o ano de 63. Com ele se renovam esperanças, com ele se fortalecem desanimados. Reunida à família em torno da mesa, hoje mais galharda e profusa, festeja o ano que alvoroce, de rosto alegre e desafogado coração. 62, decrépito, enrugado, quebrantado e mal visto, rói a um canto o pão negro do desgosto que lhe atiram tantas esperanças malogradas, tantas confianças iludidas. Pobre ano de 62! (1863).
-- “Expus com franqueza e lealdade, sem exclusão do natural acanhamento, as minhas impressões; os erros que tiver cometido provarão contra a minha sagacidade literária, nunca contra o meu caráter e a minha convicção." (1863).
-- “Que importa o labor de uma longa semana? Há, para muito descanso, o domingo da imortalidade.”(1863).
--"(...)Passarinho que sendo prisioneiro/ Fugiu matreiro/ Não volta, não!" (1862)
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